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Puberdade precoce exige atenção

Saiba quando as mudanças sexuais são consideradas prematuras em meninas e meninos e por que a situação demanda apoio profissional

Por Andrea Hercowitz, Elizete Prescinotti e Lilia D'Souza-Li*
Atualizado em 15 mar 2018, 10h05 - Publicado em 16 set 2017, 10h00
Quando a puberdade chega cedo demais, a criança precisa de acompanhamento  (Ilustração: Bruno Nunes/SAÚDE é Vital)
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Entende-se por puberdade o conjunto de mudanças de caráter biológico que acontece no início da adolescência. O primeiro sinal de puberdade no sexo feminino é, geralmente, o aparecimento do broto mamário – isto é, um pequeno nódulo na região dos mamilos. Aí vem o crescimento gradativo das mamas, o aparecimento de pelos pubianos e axilares e, finalmente, a menarca, que é a primeira menstruação. Ela costuma ocorrer cerca de dois anos após o início do processo. Nesse período, também se observa o estirão do crescimento.

Já no sexo masculino, o primeiro sinal de puberdade é o aumento do volume testicular seguido do maior desenvolvimento peniano, além da aparição dos pelos pubianos, axilares e, por último, faciais. Outra característica típica é a mudança da voz. E, assim como nas meninas, a aceleração do crescimento é clara.

Tantas modificações corporais costumam gerar angústia nos pais, que se perguntam se elas não estão se manifestando muito rápido.

Classicamente, dá para dizer que estamos diante de um quadro de puberdade precoce quando tudo isso acontece antes dos 8 anos no sexo feminino e dos 9 anos no masculino. Atualmente, percebemos uma tendência nesse sentido, com meninas apresentando as mudanças a partir dos 6 anos e meio e, os meninos, com 8 anos e meio.

Cabe lembrar que há fatores genéticos e ambientais por trás da condição. Por exemplo: se o relógio biológico dos pais acelerou cedo demais, os filhos têm maior risco de entrar na puberdade antes do tempo. Entre os fatores ambientais que interferem, estão obesidade infantil, contato indevido com hormônios sexuais, seja por via oral ou cutânea (como pomadas e loções), e consumo de alimentos contaminados com agrotóxicos – é que eles têm agentes químicos capazes de promover alterações no sistema endócrino.

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O fato é que, nesses casos, as crianças devem ser avaliadas por um médico. A principal finalidade é verificar as velocidades da evolução da puberdade e do crescimento para afastar causas patológicas (que precisam ser tratadas precocemente).

Mas há mais motivos para acompanhar de perto as meninas e os meninos que passam por mudanças sexuais de forma precoce. A estatura final do indivíduo pode ficar abaixo da expectativa, já que a parada do crescimento também acontece mais cedo, por exemplo. Outro impacto importante diz respeito à esfera emocional. Afinal, as crianças se percebem muito diferentes das outras, com altura e formas não condizentes com sua idade.

De olho nisso – e no fato de que essa maturidade sexual antes da hora pode ser sinal de que algo não está certo com o corpo –, a situação merece atenção por parte dos pais e dos profissionais de saúde.

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*Especialistas do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo

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