Exercitar-se pode driblar problemas genéticos
A prática esportiva neutraliza mutações no DNA que deixam os jovens suscetíveis à hipertensão
O destino das artérias não se restringe às determinações do código genético – e um levantamento finalista do Prêmio SAÚDE de 2015 dá uma mostra clara disso. Ancorados em um banco de dados de 1 009 adolescentes europeus, estudiosos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo puderam comparar o efeito do exercício físico frente a mutações nos genes que estimulam a constrição dos vasos. Aí veio a boa surpresa: mesmo os meninos e meninas que carregavam um DNA desfavorável exibiam níveis ideais de pressão quando se mexiam de maneira vigorosa por 60 minutos ao dia (quantidade recomendada para essa fase da vida). “Eles inclusive apresentaram índices mais baixos do que sedentários sem as alterações genéticas”, comenta o profissional de educação física Augusto Cesar Ferreira de Moraes, que assina o artigo. “O DNA tem um papel no surgimento da hipertensão, mas ele é menos importante do que os hábitos”, conclui.
E não pense que isso se limita aos jovens. Embora manter um cotidiano ativo desde a infância traga benefícios aos montes, abandonar o marasmo quando adulto já auxilia a relaxar as artérias – e a se prevenir contra diabete, câncer…
A avaliação
O que foi medido na pesquisa
Pressão arterial
As aferições consideravam particularidades como a idade, o sexo e até a estatura.
Carga genética
Um teste completo flagrava a presença de mutações ligadas à hipertensão em três genes.
Atividade física
Para ser considerado ativo, o adolescente tinha que realizar uma hora de exercício po