Que o café é a bebida queridinha dos brasileiros para iniciar o dia e fornecer energia para a rotina, você já sabe. Mas, se você for frequentador de academia e estiver antenado nas diferentes opções de suplementação, provavelmente também já ouviu falar do SuperCoffee.
Os chamados supercaféscombinam cafeína com outros ingredientes, e prometem melhorar o desempenho físico e raciocínio, por isso, são vendidos como opções para consumo antes da prática de exercícios físicos.
A primeira marca surgiu na década de 2010, nos Estados Unidos. Em uma visita ao Tibete, o americano Dave Asprey provou uma infusão feita com manteiga, e resolveu inventar um preparo com café e algum tipo de gordura para concorrer no mercado com energéticos e outros estimulantes.
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O chamado Bulletproof Coffee fez sucesso no mercado fitness estadunidense, e inspirou outros empresários ao redor do mundo. No Brasil, SuperCoffee é uma marca específica de cafés com aditivos como triglicerídeos de cadeia média (conhecidos como TCM) e termogênicos, mas já existem diversas opções similares à venda.
Qual a diferença entre o café normal e o SuperCoffee?
Os supercafés costumam incluir os TCM com a promessa de fornecer mais energia. Esse tipo de composto é absorvido mais rapidamente pelo corpo do que outros tipos de gordura, mas ainda não se pode atestar que eles aprimorem a performance ou estimulem o emagrecimento.
Por conterem esse tipo de gordura rapidamente absorvida, os supercafés não são boas opções para pessoas com problemas gastrointestinais ou, de maneira geral, para quem precisa controlar o colesterol. Esse ingrediente muda também o perfil calórico da bebida: enquanto o café preto tradicional tem pouquíssimas calorias (desde que seja consumido sem açúcar), os supercafés são opções mais calóricas.
Outros ingredientes acrescentados nos preparos são vitaminas (em geral, as do complexo B), cromo e taurina. A taurina é uma velha conhecida de quem consome energéticos: o aminoácido presente nas bebidas ajuda a atenuar a fadiga nos músculos.
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Ainda há termogênicos, como canela, gengibre, pimenta e cúrcuma. Em geral, como as quantidades desses ingredientes são muito pequenas, não é possível dizer que eles ajudem na perda de peso – na verdade, a própria efetividade dos termogênicos para esse fim é controversa.
Há benefícios à saúde em beber um supercafé?
De cara, podemos adiantar que a ciência ainda não atestou a grande maioria dos benefícios propagandeados pelas marcas de cafés turbinados, nem para os exercícios físicos nem para o desempenho cognitivo.
Como os principais interessados nesse tipo de bebida são praticantes de atividade física, vale alertar que uma boa performance nos treinos depende de diversos fatores. Uma dieta equilibrada, horas suficientes de sono, genética e, claro, um acompanhamento adequado nos exercícios influenciam os resultados.
Outro atrativo dos supercafés é a ausência de açúcar e baixa quantidade de carboidratos, aliada à presença de gorduras – por isso, essas bebidas se popularizaram entre adeptos das dietas cetogênicas ou low carb. No entanto, mesmo para quem busca manter uma ingestão baixa de carboidratos, outras bebidas e alimentos podem trazer mais benefícios do que esse tipo de fórmulas pré-prontas.
Se a ideia é ingerir gorduras, há opções de alimentos in natura que servem como fontes mais saudáveis, e de quebra, trazem outros nutrientes.
Embora sejam uma alternativa mais natural aos energéticos, que costumam incluir vários ingredientes artificiais, os supercafés tampouco trazem nutrientes suficientes para substituir uma refeição, por exemplo.
O café é uma boa opção de pré-treino?
Estudos já demonstraram que a cafeína pode melhorar a performance em atividades físicas em taxas modestas, que vão de 2 a 5%.
Atuando como estimulante, ela ajuda a aumentar a força muscular e estimula a liberação de hormônios relacionados ao foco e a atenção. Segundo especialistas, o velho café preto tem maior respaldo pela ciência do que as novas opções do mercado – e ainda é mais leve no bolso.
De forma geral, o café pode ser aliado tanto de quem treina para manter o condicionamento físico quanto de atletas de alto rendimento. Os resultados mais significativos vão ser sentidos por quem treina de forma contínua, mas um cafezinho pode ajudar mesmo quem pratica esportes de vez em quando.
A cafeína é especialmente efetiva para a prática de exercícios aeróbicos, como corrida ou natação. A Sociedade Internacional de Nutrição Esportiva recomenda uma dose de 3 a 6mg por quilo de massa corporal para melhorar a performance. Os melhores resultados estão associados ao consumo de cafeína 1 hora antes da prática física.
Doses muito altas prejudicam as práticas, e podem acarretar sintomas como dor de cabeça, taquicardia e insônia. A dica é prestar atenção aos sinais do corpo e evitar excessos. Interrompa completamente o uso e procure orientação médica caso esses sintomas sejam recorrentes ao ingerir um produto com cafeína. Grávidas e lactantes também devem passar longe de doses altas de café.
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