Não beber álcool virou tendência? Mais jovens estão reduzindo consumo
Pesquisa mostra que geração Z consome menos e outras faixas reduzem a ingestão. Em paralelo, cresce pressão para maior taxação de bebidas no país
Beber para comemorar, beber para se soltar, beber para matar a sede. Antes, tudo era desculpa para o brasileiro pedir uma cervejinha.
Mas isso está mudando com a nova geração. Segundo pesquisa da MindMiners, 55% da geração Z não consome fermentados e destilados por não gostar do sabor nem dos efeitos nocivos do álcool. E, entre as pessoas que bebem, 33% reduziram a ingestão.
“É uma oportunidade para a indústria inovar, trazer outros sabores, versões sem álcool e experiências diferentes para tentar recuperar o público”, avalia Flávia Rodrigues, especialista da MindMiners.
Até porque cresce o cerco ao álcool. As organizações Vital Strategies e ACT Promoção da Saúde lançaram a campanha “Quer uma dose de realidade?”, defendendo um imposto maior sobre as bebidas a fim de desestimular o consumo elevado no país.
Segundo pesquisa realizada pelas entidades, 62% do público concorda com a medida.
Lembrando que, não existe dose segura de álcool: a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma declaração no periódico The Lancet Public Health afirmando que não existe limite seguro de bebida alcoólica que não comprometa a saúde.
Ela aponta que ocorrem 3 milhões de óbitos todo ano por abuso de álcool.
+Leia Também: Intoxicação alcoólica: por que é perigoso beber em excesso?
Malefícios etílicos
Álcool é uma droga lícita que faz mal à saúde
Doenças no fígado
Hepatite e cirrose são consequências comuns do abuso de álcool — e podem levar à morte.
Acidentes de trânsito
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) estima que morra um brasileiro por hora no trânsito devido ao álcool.
Dependência
No Brasil, 1,4% da população sofre com a dependência etílica, uma doença crônica e multifatorial.
Violência
Estudos alertam que a gravidade das agressões (contra mulheres e crianças) é pior quando há bebida no meio.
Danos cerebrais
Além do prejuízo a diversos órgãos, efeitos depressores do sistema nervoso podem alterar o cérebro no longo prazo.
+Leia Também: Reprova no bafômetro? Entenda o caso dos pães de forma com álcool
Dicas para baixar o consumo de álcool:
1) Compartilhe a decisão
Tornar a iniciativa pública ajuda a evitar convites inoportunos.
2) Reduza aos poucos
Se ingere todo dia, tente restringir apenas ao fim de semana.
3) Atenção ao tamanho
Quando o drink vem em copo grande, a tendência é exagerar.
4) Coma antes ou durante os goles
Isso corta a vontade de beber mais e ajuda a maneirar.
5) Alterne álcool com água
Não há necessidade de perder a linha. Mantenha a hidratação.