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Carlos Eduardo Barra Couri é endocrinologista, pesquisador da USP de Ribeirão Preto e criador do Endodebate e do Diacordis. Aqui ele mapeia os cuidados e os avanços para o controle do diabetes
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Novo remédio promete reduzir gordura e até lesões no fígado

Comprimido tem atuação diferente daqueles que existem no mercado e pode ser o primeiro tratamento específico para esteatose com indicação em bula

Por Carlos Eduardo Barra Couri
1 set 2023, 15h11

Depois de alertamos sobre a necessidade de olhar mais para o fígado e cercar a gordura que se deposita ali, uma boa notícia na frente de tratamento da esteatose hepática despontou.

Trata-se de um novo medicamento, ainda em fase de investigação, que poderá se somar ao arsenal contra essa condição bastante prevalente.

O nome do remédio é resmetirom. Ele é um comprimido que atua exclusivamente no receptor beta dos hormônios tireoidianos. Pois esse receptor celular influencia a forma com que o corpo lida com as gorduras circulantes, podendo interferir, assim, no depósito gorduroso em órgãos como o fígado.

Até o momento, foram desenvolvidos doze estudos de fase 1 e dois estudos de fase 2 demonstrando especificamente a segurança do fármaco, com diversos graus de eficácia.

Recentemente, porém, foram apresentados dados de um estudo de fase 3 que incluiu cerca de 2 mil pessoas com gordura no fígado e graus diferentes de fibrose (progressão do quadro que gera danos no órgão). Os participantes foram divididos em três grupos: um recebeu placebo (comprimido sem substância ativa), outro recebeu resmetirom de 80 mg ao dia e o terceiro recebeu 100 mg do remédio ao dia.

As pessoas incluídas na pesquisa tinham, em média, 55 anos de idade e a grande maioria estava acima do peso. Diabetes era presente em 48% das pessoas e hipertensão, em 68%.

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Ao longo de um ano de seguimento, houve redução média de 50% da gordura no fígado de acordo com exame de ressonância magnética naqueles voluntários usando dose de 100 mg do medicamento, além de melhora importante da inflamação e da fibrose hepáticas, o que foi avaliado por biópsia.

+ LEIA TAMBÉM: Por que a desatenção com o fígado virou problema de saúde pública

Em paralelo, houve redução de cerca de 16% dos níveis de LDL-colesterol (mais conhecido como colesterol ruim) e também redução dos triglicérides.

E os efeitos colaterais? O mais comum foi diarreia, que ocorreu em 34% das pessoas usando a dose de 100 mg. Porém, os episódios foram de leves a moderados e ocorreram principalmente no início do tratamento, havendo melhora nas semanas subsequentes.

Esse estudo ainda vai ter continuação de até cinco anos de acompanhamento para ver mais efeitos clínicos e de segurança em um espaço de tempo mais longo.

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Outros estão em andamento e, tendo em vista os excelentes resultados até agora, a farmacêutica Madrigal, que desenvolveu a molécula do resmetirom, submeteu a medicação para aprovação pela agência regulatória nos Estados Unidos.

Se receber sinal positivo do órgão, o resmetirom será o primeiro medicamento com aprovação em bula para tratamento específico do excesso de gordura no fígado no mundo.

Mas vale um parênteses aqui: medicamentos para tratamento do diabetes tipo 2 como a pioglitazona e os agonistas de receptor de GLP-1 (semaglutida e liraglutida) já possuem estudos mostrando benefícios no tratamento de pessoas com gordura no fígado, sendo inclusive recomendados por diretrizes de sociedades médicas, ainda que não tenham indicação formal em bula.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos. O fígado há de comemorar!

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