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Ultraprocessados podem ‘reprogramar’ o cérebro e levar à compulsão alimentar

Em estudo, imagens cerebrais demonstraram possível ciclo vicioso entre o consumo de ultraprocessados e a vontade de comer mais

Por Maurício Brum
Atualizado em 21 out 2025, 13h50 - Publicado em 21 out 2025, 13h43
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Cookiess, refrescos e outros ultraprocessados fazem mal à saúde (Divulgação/Veja Saúde)
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Um estudo recente liderado por pesquisadores finlandeses e canadenses encontrou alterações cerebrais que sugerem uma associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a compulsão, que leva ao chamado “overeating”.

Publicado em abril na revista NPJ Metabolic Health and Disease, o trabalho utilizou dados populacionais do UK Biobank, um banco que concentra informações de saúde de mais de meio milhão de voluntários no Reino Unido.

Ao todo, cerca de 33 mil participantes foram selecionados para avaliação sobre seus hábitos alimentares, com análise de marcadores bioquímicos no sangue e exames de ressonância magnética no cérebro em busca de possíveis mudanças influenciadas pela dieta inflamatória.

Microalterações cerebrais se relacionam à inflamação

Os pesquisadores foram capazes de detectar correlações entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a presença de marcadores de risco para doenças, como níveis elevados de proteína C-reativa (PCR), triglicerídeos e hemoglobina glicada, por exemplo.

O principal achado do estudo, porém, envolveu alterações microestruturais no cérebro, que poderia revelar uma associação entre o alto consumo de alimentos ultraprocessados e o surgimento de um ciclo vicioso em que o indivíduo passa a comê-los ainda mais.

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+Leia também: Ultraprocessados seriam tão viciantes quanto o cigarro?

Mudanças nesse sentido incluíram uma maior celularidade (gliose, ou a quantidade de células no tecido) no hipotálamo, parte do cérebro que ajuda (entre muitas outras funções) a regular a fome, e uma menor celularidade no núcleo accumbens e no pálido, estruturas relacionadas aos mecanismos de desejo e recompensa.

Combinadas, essas mudanças conectadas a processos inflamatórios e neurodegenerativos poderiam levar ao aumento do consumo de ultraprocessados que os pesquisadores observaram.

Limitações do estudo

O alerta feito pelo novo trabalho não representa uma confirmação de que o consumo de alimentos ultraprocessados leva à compulsão alimentar.

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O que os pesquisadores conseguiram demonstrar é uma correlação entre as alterações cerebrais e uma maior procura por esses produtos industrializados, mas a relação de causa e efeito ainda não passa de uma hipótese.

Embora os achados mostrem associações significativas, os pesquisadores enfatizam que a forma como o estudo foi feito impede que eles definam a “direcionalidade causal”. Na prática, isso significa que ainda não é possível afirmar se os alimentos ultraprocessados causam as alterações no cérebro ou se, ao contrário, essas alterações já existiam e foram elas que influenciaram o maior consumo desses alimentos.

Mais estudos devem ser feitos para decifrar esse ciclo e a possível interação de outros fatores que não foram analisados no trabalho.

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