Propagada sobretudo como emagrecedora, a dieta cetogênica pode ameaçar a saúde. Essa é a conclusão de uma revisão de estudos publicada na revista científica Frontiers in Nutrition.
Segundo os autores, no longo prazo esse padrão elevaria o risco de doenças cardíacas, câncer, diabetes e Alzheimer. Sobretudo grávidas e pacientes renais nem deveriam pensar no assunto.
É que, em geral, quem segue essa dieta costuma abusar da gordura saturada — justamente o tipo que se pede para ingerir com moderação. Essa versão está em carnes vermelhas e processadas, queijos, ovos e manteiga.
“Em paralelo, há restrição de alimentos protetores, como vegetais e grãos”, lembra a nutricionista Fernanda Imamura, de São Paulo. “Muitas pessoas acham que essas dietas são inofensivas. Mas não são”, reforça.
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Mas e o peso?
A pesquisa aponta que, de início, o ponteiro da balança até pode cair com a dieta. “Mas, pela pobreza de carboidrato, o que se elimina nessa fase é água. Daí a sensação de perder peso”, nota Fernanda.
Com o tempo, porém, a cetogênica não supera nenhum outro regime. Pelo contrário. “A tendência é a pessoa abandoná-la e voltar ao padrão anterior”, avisa a nutricionista.
Aplicação justificada
Pessoas com epilepsia refratária, uma versão grave que não se resolve com medicamentos, podem se beneficiar da dieta cetogênica. Nesse pessoal, o controle de carboidrato reduz a frequência de crises convulsivas. Porém, o tratamento é acompanhado de perto e não é feito para sempre — os alimentos excluídos são reintroduzidos aos poucos depois.