Radar da saúde: o dramático impacto mental da pandemia entre os jovens
Confira este e outros destaques que estão no radar de VEJA SAÚDE
A insegurança gerada pela pandemia e o isolamento social adotado para deter o vírus arranharam intensamente o bem-estar psicológico dos mais novos, segundo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) amparado em uma nova pesquisa conduzida em 21 países, entre eles o Brasil.
Por aqui, de acordo com os dados preliminares do levantamento feito com o instituto Gallup, 22% dos jovens de 15 a 24 anos entrevistados afirmam se sentir deprimidos ou com pouco interesse em atividades.
O Unicef calcula, ainda, que mais de 1,6 bilhão de crianças e adolescentes sofreram algum nível de perda relacionada à educação no período.
Para evitar prejuízos mentais e sociais ainda maiores, a entidade lançou no país um canal de apoio virtual a essa população, o Pode Falar, e prescreve mais investimento em políticas públicas de assistência e campanhas de sensibilização junto à sociedade.
Passado: 40 anos da primeira cirurgia fetal
O médico americano Michael R. Harrison entrou para a história ao realizar um procedimento inédito para salvar um bebê ainda dentro da barriga da mãe e inaugurar, assim, o campo da cirurgia fetal. A primeira operação do tipo foi feita com o abdômen da paciente aberto, mas hoje já existem intervenções minimamente invasivas para corrigir malformações na criança antes de ela nascer.
Futuro: um colágeno vegano
A substância que dá as caras em suplementos e alimentos para tonificar a pele e as articulações costuma ser feita com matéria-prima de origem animal (em geral, porcos). Pois a startup Geltor, da Califórnia (EUA), anunciou a primeira versão vegana que deve chegar ao mercado. Ela é produzida a partir da fermentação de micro-organismos cultivados em laboratório.
Um lugar: primos do coronavírus encontrados no Laos
Foi nesse país do Sudeste Asiático que cientistas identificaram, em morcegos, os vírus mais parecidos do ponto de vista biológico com o patógeno da Covid-19. O achado reforça a tese de que o agente infeccioso responsável pela pandemia veio da natureza — em algum momento, após contatos com a nossa espécie, ele conseguiu migrar e se adaptar ao ser humano.
Um dado: 15% de aumento na venda de remédios para diabetes
É o que mostra uma análise do hub InterPlayers comparando dados de consumo de medicamentos para doenças crônicas no Brasil de janeiro a julho de 2021 com os primeiros sete meses de 2020. A venda de fármacos para hipertensão e depressão também subiu no mesmo período: em ambos os casos, o crescimento ficou na casa dos 6%.
Uma frase: Ana Coradazzi
“Na corrida para prolongarmos a vida dos pacientes com câncer, oferecendo a tecnologia de forma indiscriminada e até insensata, obrigamos essas pessoas a despender enorme quantidade de energia, tempo e dinheiro para que os tratamentos sejam realizados, sem que elas de fato compreendam para onde estão caminhando (…) É esse o ponto no qual vejo a filosofia slow como caminho perfeitamente cabível em oncologia. Trata-se de promover o comprometimento profundo das famílias e dos profissionais da saúde em torno da melhor compreensão possível dos valores, prioridades e objetivos da pessoa com câncer, tornando sua jornada a mais produtiva e feliz possível.”
Ana Coradazzi, oncologista e autora do recém-lançado De Mãos Dadas — O Olhar da Slow Medicine para o Paciente Oncológico (MG Editores)