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Viver em bairros com mais verde reduz o risco de doenças cardiovasculares

Estudo avaliou a saúde de quase 250 mil moradores de áreas com diferentes graus de arborização

Por Da Redação
Atualizado em 15 set 2021, 14h58 - Publicado em 15 set 2021, 12h03
doenças cardiovasculares
Em estudo, moradores de áreas mais arborizadas tiveram menos risco de desenvolver problemas cardíacos. (Foto: Sigmund/Unsplash/Divulgação)
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Já é sabido que morar em áreas mais verdes traz benefícios à saúde e ao bem-estar. A vegetação já foi relacionada a índices mais baixos de hipertensão e, agora, um estudo reforça que a natureza ajuda mesmo a prevenir doenças cardiovasculares. O trabalho foi apresentado durante um congresso promovido pela Sociedade Europeia de Cardiologia no mês passado.

Participaram da análise 243 558 beneficiários do Medicare, seguro de saúde do governo dos Estados Unidos, que viviam na mesma área de Miami entre 2011 e 2016. Os registros foram utilizados para obter, ao longo desse período, a incidência de novos males no coração nessas pessoas, a exemplo de infarto, fibrilação atrial, insuficiência cardíaca, hipertensão e acidente vascular cerebral.

Com imagens de satélite, os pesquisadores registraram a quantidade de luz solar visível e infravermelha (invisível) naquela área. A clorofila das plantas normalmente absorve a luz visível e reflete a infravermelha. Portanto, a medição de ambas indica a quantidade de vegetação.

Grupos foram criados de acordo com o volume verde em cada quarteirão: baixo, médio e alto. Essas definições mudaram durante o estudo, já que aconteceram programas de plantio de árvores ao longo do tempo.

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Os cientistas ainda analisaram dados como sexo, raça, idade, etnia, condições de saúde, renda familiar média e até a capacidade de locomoção dos moradores.

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Após cruzar essas informações todas, os experts concluíram que os habitantes das áreas mais verdes tinham um risco 16% menor de encarar uma condição cardiovascular em comparação aos que vivem em lugares com menos vegetação.

Mesmo os que viviam nos espaços mais arborizados e ficaram doentes durante o tempo de observação apresentaram uma probabilidade 4% menor de desenvolver novas doenças em comparação aos habitantes dos demais quarteirões.

A saúde dos moradores que viviam nas áreas que receberam investimentos para o plantio de árvores também foi privilegiada. Quem passou a conviver com mais verde teve 15% menos risco de adoecer em comparação aos habitantes de blocos em que a vegetação permaneceu rasteira. A probabilidade de doentes sofrerem um novo mal caiu em 9%.

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“O plantio de árvores e a manutenção de áreas verdes estão associados a vários benefícios e representam um investimento de custo relativamente baixo para melhorar a saúde e o bem-estar. Um bairro com esse tipo de iniciativa pode evitar dez doenças cardíacas em um grupo de 100 moradores”, exemplifica o autor do estudo William Aitken, da Universidade de Miami, em comunicado.

+ LEIA TAMBÉM: De pandemias a infartos, os riscos das mudanças climáticas para a saúde

Pouco se sabe ainda sobre como a natureza pode interferir na saúde das pessoas. “Suspeitamos de algumas hipóteses. Por exemplo: quem vive em áreas mais verdes pode fazer mais exercícios ao ar livre e talvez se sinta menos estressado por estar cercado pela natureza. Além disso, a vegetação pode oferecer alguma proteção contra a poluição do ar e sonora. É uma questão ainda a ser explorada”, explicou Aitken.

“Foi notável que essas relações tenham surgido em apenas cinco anos, um período de tempo relativamente curto para um impacto ambiental tão positivo”, finaliza o autor do estudo.

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