Radar da saúde: quase metade da população mundial tem um problema bucal
Mais de 3 bilhões de pessoas convivem com doenças como cárie e periodontite. Veja esta e outras descobertas de impacto no nosso radar
Quase 3,5 bilhões de pessoas apresentam alguma encrenca nos dentes, na gengiva ou em seus arredores, sendo que três em cada quatro vivem em países em desenvolvimento como o nosso.
Eis o diagnóstico do último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o tema, que expõe a alta prevalência de condições como cárie, periodontite, perda dental e tumores na cavidade bucal.
E o drama começa cedo: meio bilhão de crianças apresentam cárie ainda nos dentes de leite.
Os autores do documento associam a pandemia de problemas bucais a fatores como falta de higiene, ingestão excessiva de açúcar, tabagismo e consumo frequente de bebida alcoólica. Quanto piores o status socioeconômico e o acesso a orientação e cuidados adequados, maiores as chances de encarar essas doenças.
Para mudar o cenário, a OMS recomenda expandir a fluoretação de água encanada e ampliar o esclarecimento sobre os hábitos que resguardam a arcada dentária e vizinhança.
+ LEIA TAMBÉM: A odontologia entra na era digital
Passado: 70 anos da vacina da poliomielite
Em 1953, o virologista americano Jonas Salk anunciou o primeiro imunizante contra a terrível paralisia infantil. Ele o testou em si e em seus familiares primeiro, e depois a vacina, feita com o vírus morto, foi avaliada, com sucesso, em mais de 1 milhão de crianças. Em alguns anos, a aplicação da injeção derrubou expressivamente a taxa de pólio pelo mundo.
Futuro: biossensor detecta Covid na saliva
Uma equipe de cientistas da USP de São Carlos se valeu da nanotecnologia para criar um teste que dedura a presença do coronavírus com algumas gotas de saliva — mesmo na fase inicial da infecção. A inovação, que poderá ser vendida na farmácia, acusa o patógeno através de uma mudança de cor na amostra utilizada.
Um lugar: o impacto das altas temperaturas no coração dos franceses
Um estudo envolvendo 1 420 pessoas com insuficiência cardíaca revelou que ondas de calor, como as registradas na França no verão de 2019, comprometem o estado desses pacientes. É a primeira vez na história que médicos documentam o elo: os cidadãos com a doença perderam mais peso com a temperatura nas alturas, um indicativo de piora do coração.
Um dado: 20% de mortes relacionadas a consumo de ultraprocessados
A ingestão rotineira de alimentos industrializados ricos em açúcar, gordura e sódio pode ter financiado algo em torno de 57 mil óbitos em 2019, segundo cálculos recentes do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP, em uma investigação feita com o apoio da ACT Promoção da Saúde tendo como base mais de 540 mil mortes naquele ano.
Uma frase: Marcos Mendanha
“Eu me assumo como crítico à noção do burnout enquanto uma entidade clínica equivalente aos transtornos mentais já conhecidos e devidamente catalogados (…) No entanto, tal posicionamento não pode ser confundido com insensibilidade de minha parte em relação ao sofrimento mental alheio, em especial dos trabalhadores acometidos por esse tipo de dor. Sim, independentemente das causas, o sofrimento mental existe (…) Os consultórios dos psiquiatras e psicólogos estão cada vez mais cheios. Essa lágrima é verdadeira. Esse sofrimento é real. Não é ‘mimimi’, não é ‘modinha’. Dói. Em alguns casos, dói muito (…) Quem convive ou conviveu com alguém que sofre ou sofreu mentalmente sabe da real, imensa e inequívoca importância desse tema. Eu sei.”
Marcos Mendanha, médico do trabalho e advogado, no livro O Que Ninguém Te Contou sobre Burnout (Editora Mizuno)