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Pragas urbanas: como evitar as principais e controlar infestações

Baratas, mosquitos, escorpiões e afins podem trazer diversos problemas para sua saúde. Saiba como se proteger das pragas urbanas e aprenda a eliminá-las

Por André Biernath
Atualizado em 11 fev 2020, 19h09 - Publicado em 24 jan 2019, 10h35
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  • Água, alimento, abrigo… De barata a pernilongo, passando por ratos e formigas, esses bichos dispõem de tudo que precisam para viver e se multiplicar nas grandes cidades. Mais que nojo ou fobia, a presença deles em casa pode representar uma séria ameaça à família. Chegou a hora de conhecer as pragas urbanas em detalhes para evitar ou acabar com as visitas indesejadas:

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    Barata

    Não acredite naquela ladainha de que elas seriam as únicas sobreviventes a uma bomba atômica. Mas o fato de não serem tão resistentes a tamanha radiação não significa que esses insetos tenham pouca versatilidade — muito pelo contrário. Eles moram em qualquer canto e passam semanas sem comer ou beber nada.

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    Além de provocarem repulsa quando aparecem no ambiente doméstico, as baratas carregam um monte de bactérias, vírus e fungos do esgoto. “São micro-organismos que originam uma série de moléstias nos seres humanos”, avisa o biólogo Francisco José Zorzenon, do Instituto Biológico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

    E isso sem contar que os fragmentos de seu corpo (patas, asas, antenas…) são gatilhos de reações alérgicas e crises de asma em pessoas mais sensíveis.

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    Como evitar: A palavra de ordem é higiene. Não deixe comida à mostra e faça faxinas regulares, especialmente na cozinha e no banheiro. E sempre mantenha os ralos fechados.

    Como eliminar: Se você vir uma ou outra, os inseticidas em aerossol (ou o bom e velho chinelo) dão conta do recado. Quando há muitas, o melhor é contratar um serviço especializado de dedetização.

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    Fique de olho nelas

    Mosca

    Ela deposita seus ovos em fezes ou material em decomposição. As larvas se desenvolvem nesses locais, até crescerem para ficar zanzando por aí, entre porções de comida e cocôs expostos. Dá pra imaginar que as patinhas delas não são lá muito limpas, não é mesmo?

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    “A situação é mais preocupante em bairros próximos de lixões”, afirma o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Flechtmann, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Ilha Solteira.

    Como evitar: Carnes, frutas, legumes, verduras e outros alimentos frescos precisam ficar a geladeira ou guardados em recipientes. Assim, as moscas não vão pousar neles, o que diminui o risco de chabus intestinais e até de verminoses.

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    Como eliminar: Inseticidas ajudam um pouco, mas não resolvem a questão definitivamente. Resta cobrar as autoridades por políticas para a limpeza e o cuidado com áreas públicas, bem como a realização de obras de saneamento básico e tratamento de esgoto.

    Mosquito

    Nenhum ser vivo se adaptou melhor ao ambiente urbano que esse bicho alado. As metrópoles trazem tudo que os mosquitos desejam: água parada, calor e muito sangue disponível.

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    Como se não bastassem as picadas na pele, algumas espécies transmitem vírus que causam dengue, zika, chikungunya e febre amarela — só pra citar quatro exemplos de doenças que assolam o Brasil há algumas décadas.

    “O dilema é que não adotamos uma cultura de prevenção com as estratégias que possuímos, como a eliminação de criadouros e o uso de produtos químicos”, lamenta a engenheira química Fernanda Cecchinato, CEO da Aya, empresa que acaba de lançar o primeiro repelente de insetos para roupas e tecidos.

    Como evitar: Faça sua parte: vede ou jogue fora qualquer reservatório de água que tiver em casa, de pneus a tampas de garrafa. Limpe com sabão as calhas e os pratinhos das plantas.

    Como eliminar: Incentive os vizinhos a adotar o mesmo procedimento para que o bairro todo fique protegido. Repelentes e inseticidas em aerossol ou de tomada são bem-vindos para afugentar o inseto.

    Fique de olho neles

    Percevejo

    No livro Na Pior em Londres (clique para comprar), George Orwell (1903-1950) descreve as noites que passou em pensões tomadas por essa praga minúscula, que mora dentro do colchão e sai à noite para sugar o sangue de quem está dormindo, provocando uma coceira brava.

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    Se no passado ele só dava as caras em locais mais pobres, hoje em dia frequenta hotéis e pousadas de alto padrão. Estima-se que 90% dos hotéis e albergues dos Estados Unidos apresentem infestações do tipo.

    Como evitar: Antes de colocar sua mala em cima da cama, retire o lençol e vistorie as frestas e costuras. Viu um monte de pontinhos pretos? Esses são os percevejos. Converse com o gerente do estabelecimento e veja se ele não pode fazer algo.

    Como eliminar: Há produtos específicos de uso profissional para erradicá-los. Limpar a mala após a viagem, trocar a roupa de cama toda semana, fazer faxinas com aspirador de pó e colocar o colchão no sol periodicamente também são atitudes que funcionam.

    Formiga

    Ela está relacionada à ideia de organização e trabalho em equipe. E, se deparamos com uma fileira desses insetos dentro de casa — e até mesmo em cima de pratos e travessas de comida —, não damos muita importância, né? Mas não deveria ser assim.

    Estima-se que cada formiga traga na garupa 14 tipos de bactéria. Por esse motivo, são apontadas como as principais culpadas pelas infecções hospitalares no mundo e, por isso, chegam a representar uma ameaça maior que as temidas baratas.

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    “Afinal, elas conseguem entrar em qualquer espaço e cobrem grandes distâncias em pouco tempo”, nota o biólogo Odair Correa Bueno, do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Rio Claro.

    Como evitar: Cuidado com os alimentos abertos. Qualquer migalha é um banquete para formigas. Certifique-se de que as pias da cozinha e do banheiro estejam sempre secas.

    Como eliminar: Não jogue inseticidas. Isso só vai fragmentar o ninho em dois ou três núcleos separados e aumentar a escala da encrenca. Géis próprios estão à venda no mercado.

    Fique de olho nelas

    Aranha

    A maioria não faz mal algum ao ser humano. No Brasil, três delas são temerosas: as aranhas marrom, armadeira e viúva-negra.

    A primeira é bastante comum no Paraná. Ela fica escondida em frestas e fundos de armários e seu veneno forma uma ferida com necrose na pele. A segunda está espalhada por todo o país, é grande e agressiva — ela abre as pernas dianteiras para dar o bote. A viúva-negra, por sua vez, se limita às regiões litorâneas e costuma ser mais tímida.

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    Como evitar: Limpe o teto de alvenaria ou de madeira a cada 15 dias com um pano úmido para interromper a formação de teias muito grandes. Aspire os móveis, os quadros e os rodapés. Cuide dos jardins de tempos em tempos e faça a poda de árvores e arbustos.

    Como eliminar: Caso você esteja inquieto com alguma aranha que ronda a residência e o quintal, tire uma foto e mande para os serviços de controle sanitário ou para a secretaria de saúde de seu município. Os especialistas poderão dar uma orientação sobre o melhor procedimento.

    Escorpião

    No ano 2000, o Ministério da Saúde contabilizou 12 552 acidentes com esse artrópode. Em 2016, o número subiu para 91 485 — um crescimento impressionante de 628%. “Eles conseguem se adaptar bem a localidades com muito entulho, lixo e, principalmente, baratas, seu alimento preferido”, resume a infectologista Fan Hui Wen, do Instituto Butantan, em São Paulo.

    Em 90% dos casos, a picada é sucedida por uma dor intensa, aliviada com o uso de analgésicos. Porém, em crianças e idosos, o veneno pode mexer com o sistema nervoso central, alterar a pressão arterial e levar à morte. Para evitar um perigo desses, é preciso utilizar o soro antiescorpiônico com urgência.

    Como evitar: Jogue fora materiais de construção, como pedaços de madeira, telhas e tijolos, que não for usar em curto prazo. Nos depósitos, não encoste as caixas nas paredes.

    Como eliminar: Não jogue inseticida. Isso só vai irritá-lo e instigá-lo a um contra-ataque. Se aparecer um, mate-o por esmagamento com muito cuidado. Se tiver vários, chame logo as autoridades da cidade.

    Fique de olho neles

    Pombo

    Esqueça aquela noção de que esse pássaro é o símbolo da paz. Sua procriação em larga escala nas metrópoles é encarada hoje com um desafio dos grandes. “Eles montam o ninho no telhado das casas, onde depositam muitas fezes”, descreve o biólogo Fernando Bernardini, gerente de desenvolvimento de produtos da Bayer.

    O cocô está lotado de micróbios capazes de causar doenças como a toxoplasmose e a criptococose.

    Como evitar: Conserte os buracos e feche todas as frestas do telhado para impedir que os pombos entrem e se instalem. Em hipótese alguma oferte comida ou água a eles, nem largue lixeiras com restos de comida disponíveis fora do horário de coleta.

    Como eliminar: Assim como as outras aves, os pombos são protegidos por leis ambientais. Portanto, você não deve fazer nada sem consultar uma empresa certificada para o controle deles. Os experts lançam mão de diversas soluções para espantá-los e reduzir os estragos da invasão.

    Rato

    Naturais da Ásia, eles encontraram meios de embarcar em navios e se espalharam com relativa facilidade para todos os continentes a partir do século 16. “Esses roedores transmitem por meio de fezes, urina, pelos, saliva e sangue uma série de doenças, como a leptospirose”, conta o biólogo Jeferson de Andrade, pesquisador de desenvolvimento de produto e mercado da Basf.

    Outras enfermidades relacionadas a eles são o tifo, a peste bubônica, a febre hemorrágica, além de sarnas e micoses. “As três espécies mais comuns são sempre atraídas pela facilidade de acesso a água e comida”, explica a bióloga Maria Fernanda Zarzuela, analista da Bayer.

    Como evitar: Tenha uma despensa limpa e arrumada. Nunca deixe a ração de cães e gatos espalhada pela casa. Instale telas em ralos e nas outras aberturas da residência.

    Como eliminar: Iscas de raticida colocadas atrás de gavetas, armários e eletrodomésticos são a saída mais efetiva. Ratoeiras e colas estão disponíveis, mas não são métodos muito práticos.

    Fique de olho neles

    Fontes: Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas e site Guia dos Curiosos

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