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Leptospirose: o que é, causas, sintomas, contágio e tratamento

Comum no verão devido a enchentes, doença é causada pelo contato com urina de animais infectados, como ratos. Saiba como evitar e tratar a leptospirose

Por Maria Tereza Santos
Atualizado em 1 Maio 2020, 13h27 - Publicado em 11 fev 2020, 18h57

Além de deixar sujeira e destruição, as enchentes trazem outro perigo para a população. Estamos falando da leptospirose, uma doença causada pela urina de animais infectados, principalmente roedores (não à toa, tem quem a chame de doença do rato).

A responsável por essa chateação é a bactéria Leptospira, que usa certos bichos como hospedeiros. Ela é transmitida para os seres humanos pela exposição direta ou indireta ao xixi desses animais. O micro-organismo basicamente invade o nosso corpo através de pequenas feridas na pele, das mucosas ou de membros que ficam imersos em água contaminada por um longo período.

O infectologista Ivan França, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, conta que os atingidos em geral são profissionais que trabalham em fossas, encanamentos e esgotos. Porém, quando acontecem alagamentos, há um pico do número de casos.

No Brasil, são registrados, em média, 3,7 mil episódios ao ano.

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Quais são os sintomas da leptospirose

Ivan França explica que a enfermidade pode se apresentar de maneira leve ou grave.

“O principal sintoma nos quadros brandos são olhos e pele amarelados. A urina também sai escura e em menor quantidade e surgem febre e dor muscular, especialmente nas panturrilhas e nas pernas”, relata o especialista.

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Já os pacientes que evoluem para a forma grave — cerca de 15% — terão síndrome de Weil, caracterizada por icterícia rubínica (a cor da derme muda para um tom alaranjado), insuficiência renal e hemorragia pulmonar.

De acordo com França, o período de incubação varia. “Os sinais demoram de uma a três semanas para aparecerem. Se houver um contato prolongado com a água contaminada, eles tendem a se manifestar mais rapidamente”, complementa o infectologista. Pessoas com muitas feridas também costumam exibir essas consequências precocemente.

Como funciona o diagnóstico e o tratamento

Para detectar a leptospirose, é necessário primeiramente analisar os sintomas. Mas a confirmação vem por meio de um exame de sangue.

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“A gente trata com derivados de penicilina, um antibiótico, para matar a bactéria. Além disso, o paciente grave precisa ser internado na UTI para receber suporte clínico, realizar hemodiálise e, muitas vezes, fazer ventilação mecânica”, afirma o médico do Oswaldo Cruz. Portanto, leptospirose tem cura.

França reforça a importância de procurar auxílio profissional quanto antes. “A doença tem letalidade relativamente alta. Pode levar à óbito se não for tratada”, alerta. Os números mostram isso: o risco de morte nos quadros graves é de 40%.

Como se prevenir e quais os cuidados em regiões com enchentes

Para quem trabalha com profissões de risco, é crucial usar todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) que a ocupação pede: bota de borracha, uniforme impermeável, luvas…

Agora, se o local que você mora for atingido por uma enchente, faça de tudo para não tocar na água. Só permaneça na área em situações de extrema necessidade. “E, sempre que tiver contato com a água da enchente, lave as áreas do corpo expostas”, orienta o profissional.

Quando a sujeira baixar, descarte alimentos, roupas e colchões que molharam. “São coisas que não dá para higienizar por completo. Agora, móveis e superfícies impermeáveis devem ser limpados com derivados de cloro. Essa substância mata a bactéria da leptospirose”, ensina o expert.

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Não existe vacina para a infecção. “Em caso de qualquer sintoma suspeito, vá imediatamente ao pronto-socorro. Quando diagnosticada no início, a doença é mais fácil de curar”, conclui França.

Novo método de diagnóstico rápido em teste no SUS

Nesta quinta-feira (13 de fevereiro de 2020), o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançaram um projeto para avaliar a implantação de um um teste que diagnostica a leptospirose em até 20 minutos.

O método foi desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz Bahia em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos. As primeiras provas com o kit já foram realizados em Salvador (BA) e devem continuar em todas as regiões do país. Para mais informações, clique aqui.

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