Ozempic é o nome comercial do medicamento que tem a semaglutida como princípio ativo. Ele é indicado para o tratamento de diabetes tipo 2, mas há estudos indicando que ele pode ser um aliado contra a obesidade.
A marca viralizou nas redes sociais após algumas celebridades americanas terem citado o remédio como solução para emagrecer, comportamento que coloca a saúde em risco, já que o medicamento não deve ser utilizado sem critérios.
O que é o Ozempic e como ele age no organismo?
Ozempic é o nome comercial da semaglutida, uma das substâncias que atua no tratamento do diabetes tipo 2 (na mesma turma há a liraglutida e a tirzepatida).
A semaglutida é a versão sintética de uma substância do organismo chamada de GLP-1. Ela é responsável por melhorar a liberação de insulina pelo pâncreas (esse hormônio é essencial para tirar o excesso de açúcar de circulação, evitando estragos), induzir o estômago a esvaziar mais devagar e controlar as sensações de fome e saciedade no cérebro.
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O Ozempic é um remédio injetável (não há versão em cápsulas) que é aplicado uma vez por semana. Apesar de ser vendido sem receita, é um fármaco que não deve ser utilizado sem acompanhamento médico.
Para quem é o Ozempic?
O remédio é indicado para indivíduos com diabetes do tipo 2.
Para usá-lo no tratamento da obesidade, é preciso ter o IMC (índice de massa corporal) acima de 30, ou acima de 27 com comorbidades associadas.
“Em estudos, a medicação demonstrou resultados positivos entre pessoas com essas características, todas com mais de 18 anos. Não há dados em relação a outros perfis”, reforça Marcelo Miranda, endocrinologista do Vera Cruz Hospital, de Campinas (SP).
O Ozempic ainda não está aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso contra a obesidade no Brasil, como já aconteceu nos Estados Unidos e na Europa.
Só que os médicos prescrevem o remédio com essa finalidade usando a prática off-label. Significa que ainda não há uma aprovação oficial de uma agência reguladora ou indicação em bula para um tratamento específico, mas há estudos que comprovam a eficácia e segurança do medicamento para tal uso.
Cabe destacar que a Anvisa aprovou recentemente a comercialização de outro remédio à base de semaglutida: o Wegowy. Neste caso, trata-se de um medicamento voltado especificamente para o tratamento da obesidade.
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Quais são os riscos da automedicação?
A semaglutida é opção no tratamento do diabetes tipo 2, e também pode ser aliada na perda de peso por pessoas com características específicas. Recorrer ao medicamento sem critério pode provocar efeitos colaterais indesejados, e até uma piora no quadro da obesidade.
“O remédio sozinho não vai tratar ou estabilizar a obesidade”, alerta o médico Paulo Augusto Carvalho Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).
Segundo o médico, é preciso investir também em mudanças de hábitos, como prática de exercícios, melhora da alimentação e acompanhamento profissional.
“A falta de entendimento sobre a importância de um tratamento multidisciplinar aumenta o risco de efeito sanfona, perda de massa muscular e rápida recuperação de gordura”, alerta o endocrinologista de Campinas. “A obesidade é uma doença crônica, de tratamento contínuo”, frisa.
Entre os efeitos colaterais dessa medicação estão tontura, enjoo e vômito. E, se o uso for incorreto, há o perigo de desidratação, que pode prejudicar a função renal.
Por que esse medicamento ganhou destaque?
Há outros medicamentos indicados para o tratamento da diabetes tipo 2 que também têm efeito contra a obesidade. A semaglutida virou o assunto do momento por apresentar resultados bastante expressivos na perda de peso.
“Em estudos, a liraglutida, outra classe de remédio desse tipo, provocou a perda de 7% do peso em 12 meses. Com a semaglutida, essa redução chegou a uma média de 15% no mesmo período”, relata o presidente da Sbem.