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Perder 15% do peso impede evolução do diabetes e suas complicações

Colocar o tratamento da obesidade como prioridade tem como consequência a melhora da doença, segundo estudo

Por Fabiana Schiavon
20 dez 2021, 19h31

Um novo estudo publicado na revista científica The Lancet reúne evidências da importância da perda de peso no controle da diabetes tipo 2.

O levantamento aponta que reduzir os dígitos da balança em 15% pode impedir a evolução da doença e até reverter complicações metabólicas. Daí porque essa abordagem deveria ser priorizada entre pacientes com o quadro.

Isso ocorre porque a perda de peso está diretamente ligada à diminuição dos níveis de glicose no sangue, segundo um dos autores do estudo, o cirurgião Ricardo Cohen, que é coordenador do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).

O elo entre obesidade e o diabetes do tipo 2

Para assimilar melhor esse achado, é importante voltar alguns passos e entender como uma situação está ligada à outra.

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A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e que tem como função colocar o açúcar vindo dos alimentos dentro das células, o que culmina na geração de energia.

No contexto do diabetes do tipo 2, a produção desse hormônio até acontece, mas ele não consegue fazer sua tarefa direito – é o que se chama de resistência à insulina. Como consequência, sobra açúcar na circulação, situação que abre brecha para uma série de encrencas, de perda de visão a infarto.

Uma das explicações para esse funcionamento capenga da insulina está na genética. Mas o grande fator que predispõe ao quadro mesmo é a obesidade.

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+ LEIA TAMBÉM: Mais do que nunca, tratar o diabetes também protege o coração

Por isso, manejar o diabetes não significa simplesmente controlar a glicemia. “O tratamento da obesidade é que tem como efeito o equilíbrio do açúcar no sangue”, raciocina Cohen.

No fim das contas, perder peso representa uma proteção contra as piores complicações da doença, que são as doenças cardiovasculares e renais, cegueira e amputações.

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“Muitas vezes o tratamento da obesidade deve envolver o uso de remédios ou cirurgia, já que, para alguns indivíduos, não é simples apostar apenas em dieta e exercícios físico”, completa o médico.

O estudo aponta que oito em cada 10 pessoas com diabetes vão precisar de intervenções adicionais, além da mudança no estilo de vida, para a  manutenção ou perda significativa de peso.

Avanços no horizonte

“Novas drogas estão surgindo para combater a obesidade. Algumas já foram aprovadas nos Estados Unidos e outras estão em estudos de fase três. Há opções tão poderosas quanto uma cirurgia”, conta o médico.

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A semaglutida, que é indicada para o tratamento do diabetes, passou por pesquisas que relatam sua alta eficácia contra a obesidade – já se observou uma perda média de 15% do peso corporal após um ano e meio de uso. O medicamento ainda não foi aprovado no Brasil para essa finalidade.

Em estudos temos a tirzepatida, que promete, além de combater a obesidade e o diabetes, controlar melhor o açúcar no organismo, evitando a hipoglicemia.

+ LEIA TAMBÉM: Cirurgia bariátrica: nove anos de vida a mais para pessoas com diabetes

Como definir o melhor caminho

Na busca pela perda de peso, a escolha entre focar 100% em mudanças de estilo de vida, recrutar medicamentos ou partir para a cirurgia metabólica – que é a última opção – deve ser feita com a avaliação do médico.

A primeira questão a ser analisada é o grau da obesidade. “Ele não é definido somente pelo IMC (índice de massa corpórea). É preciso verificar também questões como adiposopatia grave [um distúrbio do tecido adiposo/gordura], presença de resistência à insulina, entre outros”, exemplifica Cohen.

Agora, mesmo que fique claro que o ideal é prescrever remédios, o indivíduo deve, em paralelo, receber orientações para melhorar a sua alimentação e incorporar os exercícios à rotina. Afinal, esses são hábitos saudáveis que protegem a saúde de diversas maneiras. A cirurgia costuma ser aventada quando esse combo todo não funciona.

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“A bariátrica é aquela indicada a indivíduos que têm complicações por causa do excesso de peso, como doenças articulares, hérnias de disco, refluxo…”, ensina o Cohen.

Já a cirurgia metabólica tem como principal objetivo o controle do diabetes. “Aqui, a doença ou suas complicações não têm a ver com o IMC do paciente, mas com a gravidade e o controle inadequado do quadro”, esclarece o médico.

“Cirurgia metabólica trata primariamente o diabetes e as condições associadas a ele, como hipertensão, colesterol e triglicerídeos elevados”, acrescenta o especialista.

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