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Mindfulness pode ser tão eficaz quanto remédio no combate à ansiedade

Em oito semanas, protocolo de práticas focado em treinar a atenção plena ajudou a aliviar a severidade dos sintomas da ansiedade

Por Fabiana Schiavon
20 dez 2022, 17h48

As técnicas de atenção plena, também conhecidas como mindfulness, ganharam mais um endosso. Uma investigação inédita conduzida por cientistas da Georgetown University Medical Center, nos Estados Unidos, comparou o método conhecido como Redução de Estresse Baseado em Mindfulness (ou MBSR, na sigla em inglês), que inclui meditação, com um medicamento antidepressivo de última geração, o escitalopram. O objetivo era combater sintomas de ansiedade.

A conclusão é de que se dedicar a oito semanas de mindfulness se mostrou tão eficiente quanto usar o remédio.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores recrutaram 276 indivíduos com diagnóstico de ansiedade de três hospitais americanos. Os voluntários foram divididos em dois grupos: um deles se tratou apenas com o escitalopram, enquanto o outro investiu na técnica MBSR.

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Após oito semanas, todos os participantes passaram por uma reavaliação. Ao cruzar os dados, constatou-se que os dois grupos conseguiram uma redução de 30% na severidade dos sintomas.

Esse efeito é animador sobretudo para quem não tem acesso a medicamentos ou não sente melhora só com essas drogas, defendem os autores do estudo. Sem falar que esse tipo de medicamento costuma ter efeitos colaterais desagradáveis (como enjoo, impotência e tontura), o que pode representar uma barreira na manutenção do tratamento.

“Nosso estudo fornece evidências para que médicos, convênios e sistemas de saúde recomendem essa técnica como um tratamento eficaz para transtornos de ansiedade”, comentou Elizabeth Hoge, principal autora do estudo e diretora do Programa de Pesquisa em Distúrbios de Ansiedade da Universidade Georgetown, em comunicado oficial.

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“A meditação mindfulness atualmente é reembolsada por poucos planos”, apontou a expert.

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O que é MBSR?

Treinamentos de atenção plena têm funções múltiplas. São utilizados por pessoas que desejam desde uma melhora no foco até o alívio de dores crônicas. O objetivo dessas técnicas é o de aprimorar a habilidade do cérebro em se concentrar no presente.

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“O estado de atenção plena já faz parte de nós. Mesmo assim, passamos metade de nossas vidas com a mente dispersa”, avalia o médico Marcelo Demarzo, professor da Escola Paulista de Medicina e coordenador do Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde – Mente Aberta, ligado à Unifesp.

Com o tempo e a publicação de estudos, surgiram técnicas formais de treinamento. “Existem diversos protocolos de mindfulness, e o primeiro deles foi o MBSR”, ensina Demarzo.

A sigla vem do inglês “Mindfulness-Based Stress Reduction”, técnica criada pelo americano Jon Kabat-Zinn, que foi também um estudioso de meditação, budismo e ioga.

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“Existe uma relação com essas práticas contemplativas e há processos semelhantes no hinduísmo, no budismo. No entanto, as técnicas de mindfulness perderam a conotação religiosa, já que agora têm base cientifica. É como fazer musculação para o cérebro: basta treinar para se aprimorar”, descreve o médico da Unifesp.

+ Leia também: Cloridrato de sertralina: para que serve esse antidepressivo

O protocolo criado por Kabat-Zinn é baseado em sessões que duram oito semanas e o objetivo é ensinar as pessoas a incorporarem a prática da atenção plena em sua rotina diária. “Hoje em dia, há centenas de modelos baseados no que Kabat-Zinn criou nos anos 1970”, relata Demarzo.

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As sessões incluem exercícios de respiração e de percepção corporal – sempre com o objetivo de treinar a mente para o momento presente, evitando a divagação.

O centro de treinamento da Unifesp forma profissionais que podem aplicar MBSR sem a necessidade de ter uma formação prévia – o que facilita a propagação da técnica. “O Mente Aberta tem 12 anos, mas esse tipo de formação já é realidade nos Estados Unidos há 40 anos. Sem falar na Ásia, claro, onde está o berço de tudo”, relata o professor.

Como começar a praticar?

Antes de tudo, Demarzo sugere uma pesquisa sobre o assunto. “A pessoa precisa se reconhecer na técnica primeiro. Para isso, pode testá-la com alguns exercícios na internet mesmo”, aconselha o professor. Depois disso pode procurar um profissional capacitado.

O Centro Mente Aberta criou uma playlist chamada “Praticando Mindfulness” a esses interessados. Confira:

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