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Como funciona o primeiro remédio para ejaculação precoce aprovado no país

Remédio comercializado a partir de prescrição médica deve ser tomado de uma a três horas antes da relação sexual

Por Lucas Rocha
14 ago 2023, 15h00
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Ejaculação precoce ou rápida afeta aproximadamente 30% dos homens (Foto: gpointstudio/Freepik/Divulgação)
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente o primeiro medicamento específico para o tratamento da ejaculação precoce.

O cloridrato de dapoxetina (nome comercial Prosoy), é o único remédio a contar com esta indicação em bula e deve ser tomado sob demanda, de uma a três horas antes da relação sexual. Ele é vendido sob prescrição médica.

A ejaculação precoce afeta cerca de 30% dos homens, sendo considerada um dos problemas sexuais mais frequentes.

A Sociedade Internacional de Medicina Sexual (ISSM, em inglês) define a condição como uma disfunção masculina na qual a ejaculação quase sempre acontece antes ou em 1 minuto após a penetração.

Para esses indivíduos, a incapacidade de retardar o clímax está associada ao sofrimento, com impacto significativo para os relacionamentos. O problema pode ocorrer desde a iniciação sexual ou ser adquirido ao longo da vida.

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Mecanismo de ação

A dapoxetina, princípio ativo do medicamento, é da mesma classe da fluoxetina, famoso medicamento antidepressivo.

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Drogas desta categoria atuam diretamente sobre a serotonina, neurotransmissor associado à regulação de diversas funções, como libido, humor, ansiedade e sono, além de estar envolvido nas sensações de satisfação e de bem-estar.

“A dapoxetina é um antidepressivo, em dose muito menor, tomado sob demanda. É como se ela atuasse no cérebro estendendo o período em que o indivíduo se vê diante de uma relação”, explica Fernando Facio, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), presidente da Latin American Society for Sexual Medicine (SLAMS) e membro internacional da American Urological Association (AUA).

A dose inicial recomendada é de 30 mg, segundo Facio.

Um diferencial em relação aos compostos “parentes” é que a nova droga é absorvida, faz seu trabalho e é eliminada mais rapidamente no organismo.

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Dessa forma, a substância não permanece no corpo, o que evita o surgimento de efeitos adversos como sonolência, perda de libido e outras consequências que antidepressivos de uso contínuo e diário podem causar.

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Quem não deve utilizar o medicamento

O uso é contraindicado para indivíduos com comprometimento moderado ou grave do fígado.

Ele também não deve ser usado por homens doenças cardíacas, que já apresentaram síncope (desmaio) ou foram diagnosticados com depressão grave ou mania (uma das fases do transtorno bipolar).

O urologista Fernando Facio destaca ainda que o remédio não pode ser tomado com antidepressivos de uso diário. Além disso, os pacientes devem evitar o excesso de álcool.

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Entre os possíveis efeitos colaterais estão tontura, náuseas e queda da pressão arterial.

Causas e diagnóstico

A ejaculação precoce, também chamada de ejaculação rápida, pode ser causada por diversos fatores, incluindo condições psicológicas, como a ansiedade e depressão.

O problema também está relacionado a experiências sexuais ruins, quadros de abuso, estresse e baixa autoestima.

A origem ainda pode estar em questões do próprio organismo, como disfunção erétil, desequilíbrio hormonal ou de neurotransmissores no cérebro, infecção ou inflamação da próstata ou uretra.

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Por isso mesmo, é importante procurar o médico e entender a causa da condição antes de tomar remédios por conta própria.

“Há muito tabu sobre sexualidade masculina e os homens têm medo e preconceitos em buscar ajuda. Mas não se deve tomar medicações porque deram certo para um amigo, por exemplo. O problema pode estar em outros distúrbios sexuais que devem ser investigados”, afirma o médico urologista Leonardo Seligra Lopes, diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo (SBU-SP).

Em geral, o tratamento da ejaculação precoce é feito com técnicas comportamentais. Considerando o envolvimento da saúde mental no desenvolvimento da disfunção, os especialistas recomendam o acompanhamento psicológico como estratégia complementar e, quando necessário, o uso de medicações.

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