Por que os homens sofrem tanto com a ejaculação precoce?
Problema preocupa parcela significativa dos homens brasileiros. Entenda o que está por trás e as soluções
Chegar ao orgasmo rápido demais é uma das maiores preocupações dos homens no sexo. Segundo pesquisa do Datafolha em parceria com a Omens, 48% dos brasileiros relatam ter tido problemas com ejaculação precoce em alguma etapa de sua vida sexual. É um número expressivo.
Mas por que a ejaculação precoce atinge tantas pessoas? E por que pesa tanto na vida sexual masculina?
A resposta para a primeira pergunta é simples. A ejaculação precoce não é uma doença propriamente dita, mas uma dificuldade em controlar a velocidade da excitação, que leva a um reflexo natural do corpo, o orgasmo e a ejaculação.
É natural existir uma variação entre as pessoas, e também a mesma pessoa pode sentir que a velocidade de ejaculação mudou de acordo com uma fase da vida, a excitação e a ansiedade naquele momento, entre outros fatores.
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Afinal, é normal, no começo da vida sexual, que a excitação venha de uma forma inesperada e difícil de controlar. A falta de experiência influencia as coisas.
A mesma situação pode acontecer quando a pessoa está numa relação especial ou com muita expectativa, com um frio na barriga que faz parecer que aquilo é a primeira vez. Aí também entra a adrenalina: esse hormônio que liberamos em momentos de estresse ou ansiedade é justamente a molécula usada para deflagrar a ejaculação. Isso explica por que os ansiosos têm, no geral, mais ejaculação precoce.
O ponto é que o quadro gera angústias e frustrações. Muitos sentem vergonha ou receio de decepcionar uma parceira ou parceiro e desconhecem que o problema tem solução. A mesma pesquisa do Datafolha já citada mostra que a maioria dos homens com dificuldades sexuais nunca procurou ajuda profissional.
No caso da ejaculação precoce, existem possibilidades de tratamento, e elas englobam psicoterapia, exercícios específicos e até medicamentos.
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Além disso, é bom ter em mente que expectativas irrealistas atrapalham demais. Estudos indicam que uma relação com duração de 7 minutos já é considerada dentro da faixa ideal. Mas, mais importante do que a duração da penetração, é a experiência do sexo como um todo. Beijos, carícias, sexo oral, estimulação com as mãos ou brinquedos… Tudo entra na conta.
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O fato de o homem negligenciar todas as etapas que não envolvem a penetração é frequentemente a maior causa de frustração de parceiras ou parceiros, muito mais do que a duração da penetração propriamente dita. E, ao contrário do que se imagina, dar a devida atenção a essas etapas já alivia a ansiedade e a sensação de responsabilidade. Em outras palavras, a solução do problema pode estar nas preliminares.
* João Brunhara é urologista, médico do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e diretor da Omens, plataforma que trata problemas de saúde sexual masculina