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Brasil difunde 122 vezes mais mentiras antivacina do que antes da pandemia

Levantamento da FGV também constatou que país é responsável por 40% dos conteúdos mentirosos que circulam em grupos da América Latina e Caribe

Por Maurício Brum
23 out 2025, 14h40
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As vacinas entraram no meio de disputas políticas que estão sabotando a adesão. (Ilustração: Veja Saúde/Veja Saúde)
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Um estudo inédito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicado neste mês de outubro, revelou que o Brasil concentra 40% da desinformação antivacina que é difundida online na América Latina e no Caribe. O país, hoje, tem 122,5 vezes mais mentiras sobre o assunto nas redes do que em 2019, antes da pandemia de covid-19 aumentar o discurso antivax no país.

Mesmo quando se considera que o Brasil tem a maior população da região, a participação dos brasileiros na circulação de mentiras ainda é desproporcional, já que o país concentra apenas um terço dos habitantes na área considerada. O achado é resultado da análise de 80 milhões de mensagens veiculadas em grupos de Telegram de 18 países diferentes, que reúnem 5,8 milhões de usuários.

Os conteúdos trazem uma série de dados e perigos falsos atribuídos aos imunizantes, mentiras capazes de incentivar a hesitação vacinal em um momento em que o Brasil já sofre para atingir as metas de proteção da população. O trabalho da FGV foi conduzido pelo Laboratório DesinfoPop ao longo de vários anos, começando em maio de 2016, e pode ser consultado na íntegra neste link.

Mentiras mais recorrentes

Ao todo, os pesquisadores conseguiram mapear 175 supostos danos citados nas teorias da conspiração que circulam nos grupos avaliados. Na lista de mentiras sobre os imunizantes, as mais frequentes citavam riscos sem embasamento científico como autismo, câncer, alteração do DNA, envenenamento e morte súbita.

Outro tipo de mentira comum nas redes são os chamados “falsos antídotos” ou “desintoxicantes” que, segundo as fake news, seriam capazes de fazer a ação de uma vacina com mais segurança.

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+Leia também: Por que o movimento antivacina não tem um pingo de sentido

O levantamento detectou 80 “antídotos” citados de forma recorrente nos grupos, como o uso de ivermectina, o consumo de alho, o emprego produtos como dióxido de cloro e zeólita, e até mesmo o incentivo práticas como o chamado aterramento, em que a pessoa fica descalça no solo.

Não há qualquer comprovação científica de que esses métodos evitem as doenças contra as quais as vacinas protegem. Abrir mão de um imunizante testado e com eficácia comprovada aumenta o risco de contrair doenças graves.

Impacto da pandemia

O aumento de mentiras em torno das vacinas teve um impacto explícito da pandemia de covid-19, quando a hesitação vacinal atingiu seu ápice em função de novas mentiras criadas para descredibilizar a proteção contra o coronavírus.

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Publicações antivacinas cresceram 680 vezes só na janela entre 2019 e 2021, no auge da crise sanitária. Ainda hoje, mesmo tendo diminuído desde então, o nível de desinformação em torno de imunizantes de modo geral segue circulando 122,5 vezes mais do que antes da pandemia.

Uma das mentiras que mais ganhou espaço foi a jamais comprovada associação entre vacinas e o desenvolvimento de autismo: conteúdos enganosos sobre o tema dispararam 15.000% desde 2019.

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