Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

Anvisa mantém proibição ao cigarro eletrônico: por quê?

Proibição ao uso do vape no Brasil levou em conta experiência negativa em outros países e falta de evidências científicas sobre impactos de longo prazo

Por Maurício Brum
Atualizado em 23 abr 2024, 12h23 - Publicado em 23 abr 2024, 08h36
vape-segue-proibido-no-brasil-anvisa-baniu-cigarros-eletronicos-2024
Apesar de serem facilmente encontrados no mercado paralelo, os vapes são proibidos no Brasil desde 2009 (diana.grytsku/Freepik)
Continua após publicidade

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve, no último dia 19 de abril, a proibição da comercialização de cigarros eletrônicos (vapes) no Brasil. A decisão nada mudou em relação à regra que já valia antes: embora sejam encontrados com relativa facilidade no comércio informal, esses dispositivos são banidos no país desde 2009.

Após a realização de uma consulta pública e de ouvir pareceres científicos, a Anvisa decidiu manter a proibição ponderando diferentes questões:

  • O aumento do hábito de fumar em gerações mais jovens nos países onde o cigarro eletrônico é permitido;
  • O fato de o Brasil ser referência no combate ao tabagismo, algo que poderia ser abalado pela liberação;
  • A falta de estudos de longo prazo sobre os impactos do vape na saúde;
  • Um maior potencial viciante nos dispositivos eletrônicos, que entregam até 20 vezes mais nicotina ao usuário do que um cigarro normal.

Proibição do cigarro eletrônico é celebrada por médicos

“O cigarro eletrônico traz malefícios e danos muito semelhantes ao do cigarro convencional. Ele gera um processo inflamatório das vias aéreas, um risco de desenvolvimento de enfisema pulmonar, além de ter substâncias cancerígenas e altas doses de nicotina”, elenca Eric Grieger Banholzer, pneumologista e professor na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

+Leia também: Cigarro eletrônico aumenta risco de uso de maconha e álcool em jovens

Segundo o especialista, embora a indústria insista que o produto traga menos riscos do que um cigarro comum, ainda é cedo para cravar esses benefícios. “Talvez em alguns pontos ele realmente tenha menos substâncias cancerígenas, mas para responder a essa pergunta precisamos de pelo menos 20 anos de exposição ao cigarro eletrônico. Isso ainda não existe”, aponta.

Continua após a publicidade

“As sociedades médicas fazem força para manter proibido o vape para que não haja, do ponto de vista institucional, a aceitação que já prevalece no senso comum de que ele seria um cigarro ‘mais light’ ou que faz menos mal”, comenta o médico, citando a atuação de entidades como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) nos esforços contra o tabagismo no país.

Quais complicações o vape pode trazer à saúde

Além da falta de evidências de longo prazo na hora de comparar os supostos benefícios com o cigarro tradicional, uma das maiores preocupações em relação ao vape é seu alto potencial viciante.

Por serem muito mais eficientes que um cigarro convencional em colocar a nicotina em circulação no sangue e fazê-la chegar ao cérebro, esses dispositivos “acostumariam” o usuário a uma dose muito maior, favorecendo a dependência.

Continua após a publicidade

Como, desde o início, os cigarros eletrônicos apostaram em uma estratégia de marketing voltada ao público jovem, também há a preocupação de que a liberação incentive esse hábito em uma geração que estava se afastando do tabagismo – após décadas de campanhas contra o cigarro.

Outro problema observado em países nos quais o vape já foi liberado é a EVALI, sigla em inglês para “lesão pulmonar induzida pelo cigarro eletrônico”, um problema grave associado a substâncias usadas em alguns aromatizantes clandestinos compatíveis com cigarros eletrônicos.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.