Combinar suplementos por conta própria pode ser perigoso
Uso concomitante de mais de mais de um suplemento alimentar ou esportivo sem indicação médica pode gerar problemas de saúde

A vontade de turbinar os treinos e chegar a resultados físicos mais rapidamente leva muitas pessoas a recorrer a suplementos esportivos. Também é comum encontrar quem use suplementos alimentares por acreditar que as doses de vitaminas, por exemplo, podem fortalecer a saúde e melhorar a disposição.
A dica fundamental para quem deseja usar suplementos é consultar um médico antes de começar qualquer tipo de suplementação. Diferentes substâncias podem interagir entre si ou com medicações – o que pode reduzir a eficácia dos remédios ou gerar efeitos colaterais.
Sem uma avaliação adequada da dieta e da saúde, o uso de suplementos também pode causar sobrecarga de nutrientes. Quando se trata de saúde, mais não quer dizer melhor. Problemas renais, hepáticos e cardíacos podem surgir do uso excessivo ou sem indicação desses produtos.
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Saiba os riscos de utilizar suplementos sem indicação
O consumo de suplementos sem uma avaliação médica prévia pode resultar em reações alérgicas e outros problemas de saúde. Um dos principais riscos é a ingestão excessiva de determinados nutrientes.
De início, o excesso pode causar dor abdominal, náuseas e diarreia. Em alguns casos mais graves, o consumo exagerado de proteínas, por exemplo, pode acarretar em danos aos rins e ao fígado.
Você também pode acabar gastando dinheiro à toa ao utilizar um suplemento que não é tão adequado aos seus objetivos. Muitas vezes, apenas ajustar a dieta gera mais efeitos do que usar suplementos. Um nutricionista é o melhor profissional para fazer a indicação adequada.
Além da sobrecarga ao organismo, a ingestão excessiva de proteínas acaba fornecendo mais energia do que o corpo precisa: uma das consequências pode ser o ganho de gordura, que, em geral, vai na contramão dos objetivos que incentivam a suplementação e os treinos.
A confiabilidade e segurança também devem ser levadas em conta na hora de escolher um suplemento. É fundamental buscar opções autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os termogênicos, por exemplo, não são indicados por profissionais da saúde, e ainda podem conter substâncias ilegais – que aumentam os riscos à saúde e podem até ser fatais.
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Combinações perigosas
Usar mais de um suplemento concomitantemente é um risco para o organismo: opções proteicas como whey, caseína e albumina não devem ser combinadas porque o excesso de proteínas pode gerar problemas nos rins e no fígado.
A quantidade excedente de proteínas pode levar a aumento de peso e causar sintomas como constipação, diarreia e gases. A longo prazo, podem surgir alterações em indicadores de saúde, como o nível de colesterol e de gordura saturada no sangue.
Além disso, não faz sentido investir em mais de um suplemento com a mesma finalidade – a caseína e a albumina costumam servir como alternativas ao whey, em especial para quem tem intolerância à lactose. A soma das doses não gera resultados maiores ou mais velozes e ainda é perigosa.
Outra combinação que não é recomendada por nutricionistas é a de whey protein com o suplemento BCAA. O BCAA reúne os aminoácidos leucina, valina e isoleucina. Só que as proteínas do whey já contém esses – e outros – aminoácidos, então utilizar os dois suplementos ao mesmo tempo não é garantia de melhores resultados e ainda pode gerar sobrecarga.
Em alguns casos, um suplemento pode até diminuir o efeito do outro. Há evidências de que a combinação de cafeína com creatina pode diminuir a efetividade da creatina.
A cafeína, considerada uma boa opção de pré-treino, tampouco deve ser combinada com medicamentos para tratamento de broncoespasmo ou doença obstrutiva crônica das vias aéreas. A substância pode também interagir com anticoagulantes e com algumas medicações de uso psiquiátrico.
Antidepressivos também podem surtir reações indesejadas quando usados junto de suplementos que contém o aminoácido tirosina – em geral, presente em opções proteicas. O combo pode causar aumento na pressão arterial e na frequência cardíaca.
Os multivitamínicos, em geral, já não são indicados por profissionais da saúde: quem tem deficiência de alguma vitamina deve fazer a reposição deste nutriente específico, sob orientação médica.
Vendidos como opções que contém “todos os tipos de vitaminas”, esses suplementos podem te levar a consumir nutrientes desnecessários e que podem gerar problemas. O exagero nas vitaminas D, E e K pode ser tóxico. Já o excesso de vitamina K reduz a eficácia de remédios anticoagulantes.
Cálcio, ferro, magnésio e zinco excedentes podem ainda diminuir a capacidade do corpo absorver antibióticos.