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Quantos passos preciso dar por dia? Pesquisa com 6 mil pessoas define meta

Cientistas usaram dispositivos que contam passadas para avaliar efeito da caminhada contra obesidade, hipertensão, diabetes, depressão e outras doenças

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein*
10 nov 2022, 13h21
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  • Caminhar entre oito e nove mil passos todos os dias protege contra uma série de doenças crônicas, como obesidade e depressão, segundo pesquisa inédita e recém-publicada na revista “Nature”.

    Os médicos já sabiam que esse valor estava perto de dez mil, mas, agora, o número ficou mais preciso graças ao estudo, que monitorou pela primeira vez as passadas por meio de dispositivos como os smartwatches, relógios ligados a aplicativos.

    Os autores avaliaram uma gama maior de doenças – não só as mais tradicionais como as cardiovasculares – e por um longo período de tempo.

    + Leia também: A saúde cardíaca monitorada pela tecnologia sofisticada dos smartwatches

    Como funcionou o estudo

    Depois de acompanhar mais de 6 mil voluntários durante quatro anos, os pesquisadores constataram que, de forma geral, quanto maior a quantidade de passos e maior a intensidade, menor o risco de diversas doenças.

    Aqueles que caminhavam mais todos os dias – próximo dos dez mil passos – tinham uma chance entre 24% e 52% menor de desenvolver diabetes, hipertensão e depressão em relação aos que mantinham uma média próxima a seis mil.

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    No entanto, os benefícios à saúde apareceram antes mesmo dos famosos dez mil: acima de 8 200 passos já cai o risco de desenvolver obesidade, apneia do sono, refluxo gastroesofágico e transtorno depressivo. Para essas doenças, quanto maior a quantidade de passos, maior a proteção. Mas atenção: se a meta é perder peso, é preciso andar um pouco além dos dez mil.

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    Por outro lado, os efeitos positivos contra hipertensão e diabetes atingiram seu pico em 8 mil e 9 mil passos, respectivamente. Acima disso não houve muita diferença.

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    Esses resultados estão alinhados com dois estudos que também acabam de ser publicados no periódico científico “Jama”. Ambos acompanharam mais de 70 mil pessoas e constataram menor risco de demência, câncer e doenças cardiovasculares em quem caminha cerca de dez mil passos.

    Quanto e como se exercitar?

    Ainda que até uma caminhada leve seja benéfica, a intensidade faz diferença.

    + Leia também: O fenômeno das aulas de bike indoor

    “Para prevenir doenças crônicas, é preciso mais do que um passeio no parque”, diz o cardiologista pós-graduado em Medicina do Esporte Rodrigo Cardoso Porto, do Hospital Israelita Albert Einstein.

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    Para garantir os bons resultados, não é obrigatório ter um dispositivo que ajude a contar passos. A recomendação atual da Organização Mundial da Saúde é praticar atividade física moderada de 150 a 300 minutos por semana, ou entre 75 e 150 minutos se a atividade for intensa.

    “A vantagem é que pode-se dividir esse período e somar com outras atividades, como a caminhada para o trabalho ou pedalar”, lembra o médico. “Mas se o objetivo é o condicionamento físico, aí é preciso aumentar a intensidade praticando corrida, por exemplo”.

    *Esse texto foi publicado originalmente pela Agência Einstein

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