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Mariana Del Bosco é nutricionista expert em alimentação infantil e mãe da Alice e da Isabel. Por aqui ela traz as lições da ciência e da experiência (de casa e do consultório) para a criançada comer melhor

Seu filho consome cafeína? Conheça os efeitos desse hábito

Colunista analisa os estudos e recomendações atuais para responder a dúvidas de muitos pais. Saiba os limites e as orientações

Por Mariana Del Bosco
Atualizado em 4 jun 2025, 18h22 - Publicado em 4 jun 2025, 17h30
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Olho na cafeína: entidades divergem sobre limites exatos; guia brasileiro recomenda evitar completamente antes dos 2 anos (Freepik/Reprodução)
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O café, principalmente acompanhado do leite, é uma preparação que faz parte da cultura brasileira, estando no desjejum de milhões de famílias e inclusive nas canecas de muitas crianças e adolescentes. Mas há uma dose segura da bebida e de cafeína para o público infantil?

A cafeína é, provavelmente, o psicoativo mais amplamente utilizado no mundo. Está presente no café, mas também em chás, refrigerantes, chocolates, bebidas energéticas e suplementos alimentares.

Os efeitos da cafeína para o aumento da disposição são amplamente conhecidos, passageiros e dependentes da dose ingerida. Com moderação, podem trazer bem-estar, melhora da concentração e aumento do desempenho físico e cognitivo.

Mas a cafeína também pode trazer reações indesejáveis e até tóxicas. O excesso pode alterar o comportamento, deflagrar ansiedade, aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, causar problemas gástricos e distúrbios do sono. A cafeína pode ainda atrapalhar a formação e manutenção da massa óssea por interferir na excreção renal de cálcio.

Para adultos saudáveis, o limite de 400 miligramas de cafeína por dia, o que equivale a até 4 xícaras pequenas de café, é apoiado pelas Autoridades de Segurança Alimentar dos Estados Unidos (FDA) e da Europa (EFSA).

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A cafeína e as crianças

A cafeína tem um efeito dependente da dose e as crianças, por terem menor tamanho, podem apresentar efeitos indesejáveis com menores quantidades consumidas.

Além disso, crianças e adolescentes estão em processo de crescimento, e o impacto da cafeína em seu desenvolvimento não é totalmente conhecido.

A Autoridade de Segurança Alimentar da Europa (EFSA) considerou segura uma dose diária de no máximo 3 mg de cafeína por quilo de peso corporal para crianças e adolescentes. Essa dose está baseada nas extrapolações de estudos em adultos e nos poucos estudos disponíveis que avaliaram o efeito agudo da cafeína no comportamento de crianças e adolescentes.

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Em 2017, uma extensa revisão sistemática que avaliou o impacto da cafeína em diferentes desfechos reconheceu a limitação dos dados para crianças e adolescentes e concluiu que as evidências disponíveis podem suportar a recomendação de 2,5 mg de cafeína por quilo de peso por dia como aceitável. Isso significa que uma criança de 40 kg não poderia ingerir mais de 100 mg de cafeína diários.

Contudo, a Sociedade Americana de Pediatria emitiu um alerta de que as ocorrências em emergências hospitalares relacionadas ao consumo de cafeína aumentaram 24% entre 2017 e 2023, principalmente por reações a bebidas energéticas. Sua recomendação é de que as famílias devam manter alimentos, bebidas e medicamentos com cafeína fora do alcance das crianças.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, por sua vez, esclarece que não há consenso ou recomendação mundial que estabeleça limites seguros para o consumo de cafeína por crianças e adolescentes. Assim, recomenda às famílias que busquem opções alimentares mais adequadas para oferecer. Em vez de café com leite, que tal cacau em pó?

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Já o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras, do Ministério da Saúde, é categórico: café, refrigerantes, chocolates e quaisquer produtos com cafeína não devem ser oferecidos aos menores de 2 anos.

Embora o consumo de café seja amplamente difundido, seu consumo na infância deve ser tratado com cautela. As evidências científicas atuais apontam para limites mais rigorosos nessa faixa etária. As famílias devem estar atentas e buscar alternativas mais adequadas e nutritivas para os menores, especialmente em suas fases iniciais de desenvolvimento.

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