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Volta ao natural: cresce a busca para reverter procedimentos

Na maioria dos casos, desfazer é possível, mas clareza na hora de tomar decisões ainda é a melhor cartada

Por Chloé Pinheiro
1 dez 2024, 06h00

Vejo os últimos meses marcados por dois fenômenos interessantes: a propagação de imagens de pessoas com processos de harmonização facial exagerados, para não dizer incorretos; e uma ascendente procura pelas nossas clínicas para a reversão de intervenções feitas por terceiros.

Na minha visão, a pauta é mais sobre a excelência nos processos de cuidar da face de uma pessoa do que exatamente uma tendência de desfazer procedimentos estéticos.

O autocuidado pode passar pela necessidade de ajustes delicados, precisos e seguros para cuidar da expressão facial, ou dos efeitos do tempo.  Bons profissionais sempre prezam pela indicação anatômica de cada caso, com respeito às características individuais, numa busca por naturalidade, harmonia e simetria.

As pessoas querem se reconhecer no espelho e querem, ao mesmo tempo, gostar do que veem ali, por entenderem que aquela expressão representa sua identidade. Por essa razão, acredito que a grande demanda pela reversão de processos de harmonização facial reflete casos de exageros e ações em locais inapropriados, que culminam em aparências inchadas e resultados antinaturais.

+Leia também: Entre a beleza e o perigo: os riscos dos procedimentos estéticos

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Tem solução!

A notícia boa é que, na maioria dos casos, a reversão é, sim, possível e rápida. Como a maior parte dos procedimentos usam ácido hialurônico e estimuladores de colágeno, a reversão não costuma ser tão complexa.

Antes de tudo, mapeamos a face num estudo ultrassonográfico para definir o tipo de produto aplicado. No caso do ácido hialurônico, pode-se fazer a reversão aplicando uma enzima chamada hialuronidase, que dissolve o preenchedor e tem ação imediata. Nos piores casos, pode haver algum edema que tende a se resolver em até 7 dias.

No caso de preenchedores definitivos, como o PMMA (polimetilmetacrilato), pode ser necessário o processo cirúrgico e, como o nome já anuncia, implica um pós-operatório variável, a depender da técnica utilizada.

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Questões da reversão

A proposta do preenchimento é, justamente, preencher aquelas lacunas tomadas por certa flacidez da pele. Então, uma vez que você retira o produto preenchedor, pode haver uma piora dessa flacidez, por perda de sustentação do tecido.

E, já que estamos falando dos poréns, é importantíssimo lembrar que, se o paciente tiver alergia à enzima que dissolve o ácido, é imprescindível que o procedimento tenha uma rede hospitalar de apoio próxima, com equipe médica preparada para cuidar de intercorrências.

Novas opções ganham espaço

A tecnologia nunca para e as melhorias chegam junto a essas inovações. Hoje, quem quer uma alternativa com menor potencial de modificação já pode escolher com segurança os lasers, o ultrassom microfocado e por outros injetáveis, como bioestimuladores e botox. Há também os fios de PDO (polidioxanona), que trazem reposicionamento e preenchimento em casos leves.

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Seja qual for o procedimento escolhido, o paciente deve ter em mente que o ideal é que profissional escolhido ofereça um estudo anatômico e cefalométrico, ou seja, o estudo das proporções faciais que tornem aquele rosto mais harmonioso.

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