Tipo grave e mais raro de psoríase demora a ser descoberto
Antes do diagnóstico correto, muitos pacientes acham que têm alergias, dermatites ou erisipela
Ansiedade e vergonha estão presentes na vida de pacientes com psoríase. Entre os tipos mais raros e graves, está a psoríase pustulosa generalizada (PPG), uma doença caracterizada por pequenas bolhas de pus (pústulas) em uma pele avermelhada.
Muitas vezes, as lesões de pele causam olhares preconceituosos. Para trazer mais qualidade de vida a quem convive com a doença, muitos esforços têm sido feitos nos últimos anos. E embora haja motivo para comemorar – como a aprovação de um medicamento inovador –, é preciso chamar a atenção para um grande gargalo: a demora na descoberta da condição.
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Pesquisa realizada pela Boehringer Ingelheim e pelo instituto de pesquisa Inception entrevistou 40 brasileiros com a doença e traçou o perfil do paciente. Entre as descobertas mais alarmantes está o fato de que o intervalo entre o início dos sintomas e o diagnóstico gira em torno de 2,5 anos.
A maior parte dos pacientes que responderam à pesquisa eram mulheres (67%). A doença, mais comum entre elas, atinge a autoestima e pode até levar à depressão. Muitas pacientes têm vergonha do próprio corpo devido às manchas avermelhadas, associadas às pequenas bolhas de pus, que se espalham pela pele.
A PPG é uma doença potencialmente grave. A pesquisa mostra que quase 50% dos pacientes com a condição já foram internados durante as crises antes mesmo de receber o diagnóstico correto.
Na busca pelo alívio dos sintomas e na tentativa de descobrir o motivo das placas, muitos pacientes procuram ajuda nos serviços de emergência e, nesse grupo, a média de idas ao pronto socorro foi de 5 vezes.
Mais da metade dos pacientes receberam um primeiro diagnóstico equivocado sobre a sua doença, sendo que a PPG foi comumente confundida com alergias, dermatites e erisipela.
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É de suma importância que, a qualquer sinal ou sintoma, o paciente busque atendimento médico. Novos tratamentos ajudarão a atender a necessidade de tantos pacientes que desejam deixar a doença no passado, e eliminar as marcas que vão além da pele, como sintomas de depressão, vergonha de si mesmo e a falta de esperança.
*Esther Palitot é dermatologista, professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e coordenadora do Centro de Pesquisa, Apoio e Tratamento de Psoríase do Estado da Paraíba