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Urticária: crianças e idosos podem sofrer mais até descobrir a doença

Identificar a doença, que causa manchas vermelhas na pele, é um processo desafiador para esses grupos. Entidade lança guia para ajudar na tarefa

Por Fabiana Schiavon
Atualizado em 26 out 2022, 11h15 - Publicado em 25 out 2022, 17h56

“Sabe a sensação de ser picado constantemente por borrachudos? É isso que sente alguém com urticária”, compara o médico Luis Felipe Chiaverini Ensina, coordenador do Departamento Científico de Urticária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). A doença é caracterizada por vermelhidões, coceira e até inchaço na pele.

Esses sintomas podem se manifestar em locais diferentes do corpo, por períodos distintos. Se eles durarem menos de seis semanas, o quadro é considerado agudo. Em caso de persistência por mais de seis semanas, trata-se de um problema crônico.

O tratamento não leva à cura, mas reduz esses incômodos, capazes de afetar demais a qualidade de vida do paciente. Atualmente, o que dificulta o controle da doença é chegar ao diagnóstico correto. Para reduzir o longo caminho percorrido pela população até a confirmação do quadro, a Asbai lançou um Guia Prático destinado aos médicos.

O documento traz especificidades sobre crianças, idosos e gestantes, grupos que mais sofrem com a confusão dos diagnósticos. “Nesses públicos, a dificuldade é que a urticária pode ser confundida com outras doenças que causam lesões de pele semelhantes”, afirma o alergista. Outro problema citado no protocolo é que há poucos estudos dedicados a esses pacientes.

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Nas crianças, em geral é possível excluir a urticária quando as lesões são fixas, duram mais de 24 horas, e o problema de pele vem acompanhado de outros sinais, como febre, dor nas articulações e perda de peso. As urticárias normalmente desaparecem rápido e não deixam marcas.

No que diz respeito aos idosos, é fundamental considerar a possibilidade de urticária por medicamentos, já que esse grupo normalmente utiliza diversos remédios de maneira recorrente.

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Mas vale lembrar que os mais velhos podem apresentar vasculites (ou seja, inflamações dos vasos sanguíneos), uma situação que traz sinais parecidos aos da urticária: lesões vermelhas que coçam. Ocorre que as vasculites não somem com o tempo — ao contrário das urticárias.

Em relação às grávidas, o médico afirma que o mais urgente é disseminar a informação de que é possível controlar bem a doença nessa fase, sem riscos para a mãe ou o bebê. Aliás, é comum que a mulher com histórico de urticária melhore ou piore de vez na gestação.

“O importante, nesses casos, é saber que o tratamento, em geral, pode ser igual ao utilizado em outros grupos, e tem eficácia de 85%”, explica o médico.

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Tipos de urticária

O engano mais comum, segundo o médico, é que sintomas como vermelhidão e coceira na pele são automaticamente ligados a um processo de alergia. Aí, a pessoa fica investigando qual pode ser o agente: um alimento, um produto de beleza, etc.

A urticária até pode ser resultado de uma reação do organismo a alguns alimentos, medicamentos ou por contato com frio. Nesse caso, basta interromper a exposição ao alérgeno para resolver a doença.

Por outro lado, ela se torna crônica ou intermitente quando não se descobre a causa, e os sintomas permanecem.

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+ Leia também: Urticária: os diferentes tipos e o jeito de lidar com cada um

Há ainda aquela chamada de urticária crônica espontânea. Essa é uma doença autoimune, ou seja, disparada pelo próprio sistema de defesa do organismo. Por isso, não há um agente causador da irritação, e essa sensação pode durar muitos anos.

“Quando o problema não cessa, a pessoa segue tentando identificar o causador da suposta alergia. Até identificar que não se trata disso, ela já sofre há anos”, descreve o médico.

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Para ter ideia, um estudo de 2019 indicou que 79% de 183 pacientes com urticária receberam o diagnóstico errado de uma alergia comum antes de finalmente descobrirem o motivo real da coceira e da vermelhidão.

Como chegar ao diagnóstico e escolher o tratamento?

O médico precisa examinar as lesões e saber como elas se comportam: se somem e depois reparecem, se mudam de lugar, etc. “Com esse histórico e a ajuda do paciente, que pode levar fotos da pele, conseguimos fazer o diagnóstico sem o apoio de nenhum exame, a não ser que haja suspeita de outras doenças”, afirma o alergista.

+ Leia também: Dermatite atópica: desconhecimento compromete diagnóstico e tratamento

O tratamento, que é medicamentoso, não cura a doença, mas pode dar ao indivíduo uma melhor qualidade de vida, já que ajuda a conter os sintomas.

O remédio tem como missão bloquear a liberação das substâncias que provocam essa inflamação e é indicado a pessoas de qualquer idade ou condição.

“Manter essa urticária controlada ajuda a pessoa a ter uma vida normal. Quem não cuida, deixa de trabalhar, de dormir direito e até de socializar, já que há lesões que deformam corpo. Isso também leva à depressão e à ansiedade”, alerta o médico.

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