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Sobre furacões e ecoansiedade: como enfrentar a crise climática?

É normal que as mudanças climáticas gerem preocupação, mas esse medo não deve ser paralisante

Por Luciana Brafman, ativista*
16 out 2024, 11h32
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Furacão Milton pôde ser observado do espaço (NASA/Reprodução)
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Com ventos superiores a 307 km/h, algo sem precedentes, o furacão Milton passou recentemente pelo estado norte-americano da Flórida, deixando mais de dez mortos e um rastro de destruição. Por trás dele e de outras tempestades deste porte, está a elevação das temperaturas das águas oceânicas, provocado pelo aquecimento global.

A situação é tão crítica que cientistas ligados à Academia Nacional de Ciências, nos Estados Unidos, sugeriram a criação de uma nova categoria para classificar os megafuracões, dado o aumento da frequência desses fenômenos meteorológicos nos últimos tempos.

De acordo com o Greenpeace, cerca de três bilhões de pessoas vivem em países com mudanças climáticas, que provocaram, nos últimos 50 anos, a morte de dois milhões de pessoas, em decorrência de eventos extremos e desastres naturais influenciados por essas mudanças.

À medida que as pessoas vêm se conscientizando sobre o tema, os especialistas observam um crescimento da ecoansiedade — um sentimento generalizado de angústia e preocupação com as consequências das mudanças no clima.

Para a psicoterapeuta britânica Caroline Hickman, uma das maiores especialistas no assunto, a ecoansiedade não é uma doença mental. Trata-se de uma ansiedade prática, pois tem o efeito benéfico de levar as pessoas a reavaliar seu comportamento para responder adequadamente aos desafios ambientais.

Hickman coordenou uma pesquisa, publicada na prestigiada revista The Lancet, que inquiriu os pensamentos e sentimentos de dez mil jovens de 16 a 25 anos do Brasil e de outros nove países. Deste total, 59% disseram estarem muito ou extremamente preocupados com o problema.

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Mais da metade relatou que as mudanças climáticas provocavam ansiedade, tristeza, raiva, desamparo e culpa. E 75% admitiram que o futuro é assustador.

Conhecido por sua biodiversidade, o Brasil tem enfrentado, nos últimos anos, os efeitos do câmbio do clima, como incêndios florestais, chuvas torrenciais e secas severas. O risco ambiental afeta não apenas os adultos. Estimativas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicam que 40 milhões de crianças e jovens brasileiros são atingidos por esses riscos.

+ Leia também: Os impactos desiguais das mudanças climáticas

Os desastres ambientais têm abalado a saúde mental dos brasileiros. É o caso dos moradores do Rio Grande do Sul que sobreviveram à maior cheia desde 1941.

Dados preliminares de uma pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre mostraram que 91% dos gaúchos têm ansiedade por causa das cheias. Além da ansiedade, foram relatados sintomas de burnout (59%) e depressão (49%).

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Entre as estratégias recomendadas para mitigar os efeitos da ecoansiedade está a reconexão com a natureza: ir para a praia ou para montanha, reservar alguns minutos do dia para pensar e acompanhar o ritmo das estações do ano – ficar mais recolhido no inverno e esbanjar energia no verão.

Este movimento, que se fortalece a cada dia, busca incentivar as pessoas a viverem como seus ancestrais.

Iniciativas ambientais – como plantar árvores, reciclar o lixo e reduzir o consumo de plástico – têm o potencial de reduzir a ecoansiedade porque demonstram a preocupação e o cuidado com a natureza e os vínculos com a comunidade. Práticas de mindfulness, discussões em grupos de apoio e atividades ao ar livre podem contribuir para o bem-estar mental.

Outra medida importante é cobrar dos governos compromisso com o meio ambiente. Exigir um futuro mais sustentável e saudável é essencial para controlar as emoções e garantir um futuro próspero. O tempo de agir é agora.

*Luciana Brafman é fundadora da produtora Time To Act e se dedica há anos à interseção entre arte e ativismo climático

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