O papel das startups contra o câncer
Especialista na área aponta caminhos que já estão sendo trilhados por essas empresas no sentido de aprimorar o diagnóstico e o tratamento dessa doença
O câncer é uma doença que afeta grande parte da população e pode trazer consequências devastadoras. Além de causar muita dor, fadiga, obstrução de órgãos e perda ponderal, ele carrega uma carga emocional considerável.
Desde a confirmação do diagnóstico, muitas dúvidas começam a surgir, e a insegurança e incerteza predominam, principalmente porque o tratamento é desgastante.
Segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 185 países, foram contabilizados 20 milhões de novos casos de câncer em 2022. Para 2025, estimativas apontam que o número de pacientes com a doença deve aumentar em 77%, ou seja, 15 milhões a mais do que em 2022.
Seguindo esse contexto, temos visto startups sendo criadas com o objetivo de auxiliar médicos e instituições da saúde em diferentes fases da doença, visando sanar a dor dos pacientes e oferecer os menores riscos, e maiores benefícios.
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Isso tem acontecido principalmente pela capacidade que essas empresas possuem de utilizar tecnologias altamente inovadoras, como inteligência artificial (IA), machine learning e big data. Por meio delas, é possível analisar de forma automatizada exames médicos com alto nível de precisão, gerando diagnósticos em fração de segundos e logo no início da doença, o que impacta diretamente na qualidade de vida e no processo de cura.
Quanto antes o câncer for identificado, maiores as chances do tratamento ser eficaz.
Com o uso da inteligência artificial, é possível coletar dados importantes dos pacientes em todas as etapas do câncer, ajudando os médicos nas tomadas de decisões. Além disso, o recurso consegue otimizar a análise dos laudos e entender o grau de evolução da doença, aumentando a perspectiva de sucesso no tratamento.
Em paralelo, temos visto startups firmando parcerias com cientistas e institutos de pesquisa para ajudar no desenvolvimento de novos medicamentos, vacinas, equipamentos, exames e compartilhando seu conhecimento no ramo da inovação e tecnologia. Além disso, é notável um movimento de promover mais conexões com possíveis investidores e agentes do ecossistema.
Por fim, vejo que o setor da saúde está cada vez mais maduro e aberto a novas tecnologias para ajudar na prevenção de inúmeras doenças, como é o caso do câncer. Com isso, podemos prever uma evolução significativa na medicina e no tratamento oncológico, trazendo uma esperança a mais para aqueles que sofrem com essa doença.
*Cadu Lopes é CEO da Doctoralia Brasil, Peru e Chile e da Feegow Clinic.