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Insuficiência cardíaca, a doença do século 21

Especialista conclama a população a conhecer e se defender desse mal que ataca o coração e sabota a qualidade e a expectativa de vida

Por Dr. Manoel Canesin*
Atualizado em 28 nov 2018, 11h20 - Publicado em 23 out 2017, 17h59

Sedentarismo, má alimentação, hipertensão, diabetes… Eis alguns dos problemas cada vez mais presentes no dia a dia dos brasileiros em razão das condições de vida da nossa sociedade. Todas as pressões do cotidiano e maus hábitos acabam maltratando nosso coração, que aos poucos vai perdendo sua capacidade de funcionar corretamente e acaba aumentando de tamanho para compensar a necessidade de maior esforço. Essa disfunção é o que chamamos de insuficiência cardíaca.

Na história da medicina ela é uma conhecida de longa data, mas digamos que não era muito discutida. Há 30 anos, muito menos pessoas sobreviviam ao infarto, ao derrame ou aos fatores de risco como hipertensão e o colesterol elevado.

Mas, agora, a importância dada a essa condição chega com força. Hoje é comum ver pessoas passarem por um infarto e seguirem com as suas vidas – algo mais raro antigamente. Também deparamos no cotidiano médico com crianças e jovens já reféns do sedentarismo e da pressão alta, por exemplo. E é por isso que aumentam os números de indivíduos com insuficiência cardíaca, assim como a preocupação com o assunto.

A insuficiência não se resume ao crescimento do tamanho do coração ou à falta de fôlego para subir escadas. Está relacionada a um alto volume de mortes e debilitações. Muitos acabam acreditando que a vida após um infarto, ou de uma pressão alta mal controlada, é extremamente restrita ou que ter um “coração inchado” é sinônimo de apresentar dificuldades para realizar as tarefas do dia a dia. Isso só mostra, porém, quanto a insuficiência cardíaca não está sendo tratada corretamente.

É preciso que as pessoas relatem essas dificuldades e não tenham qualquer sentimento de vergonha por isso. Os médicos, ao mesmo tempo, devem reconhecer estes sintomas para poderem fazer o diagnóstico de insuficiência cardíaca – como cansaço, fadiga, falta de ar, desânimo, que em muitos casos não é feito. Só assim médicos e pacientes entenderão quanto a insuficiência cardíaca está afetando a qualidade de vida da população.

Estudos internacionais apontam um aumento no número de pessoas com a doença nos últimos anos. Segundo a Associação Americana do Coração, 5,7 milhões conviveram com a doença entre 2009 e 2011. O número subiu para 6,5 milhões no período até 2014. E a previsão é que esses casos cresçam 46% até 2030, chegando à marca de 8 milhões de pessoas.

Como médico, percebo que há uma grande responsabilidade por não enfatizarmos quanto devíamos ao longo dos anos a importância desse problema, as medidas para evitá-lo e a necessidade de buscar novas soluções. Porém, vejo que não apenas médicos, mas todos os envolvidos com o cuidado dessa condição precisam dar mais atenção a esse crescente problema de saúde pública.

A Rede Brasileira de Insuficiência Cardíaca (REBRIC) é parte desse esforço que cardiologistas em união com outros especialidades médicas e profissionais de saúde (enfermeiros, fisioterapeutas e outros), hospitais, universidades, sociedade civil, pacientes, governo e entidades privadas, estão desenvolvimento para ajudar a população na conscientização da doença. A REBRIC é a nossa luta para que a previsão do grande aumento de pacientes não se concretize e para aqueles que adquirirem a doença tenham um diagnóstico precoce, além do melhor tratamento.

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É preciso mudar os hábitos para que a insuficiência cardíaca deixe de impor uma significativa perda na qualidade de vida entre os milhões de brasileiros que convivem com a doença ou ainda a terão. Cuide da sua pressão arterial e do seu estilo de vida hoje para que a insuficiência cardíaca não se manifeste amanhã.

* Dr. Manoel Canesin é professor titular de cardiologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), PhD pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Rede Brasileira de Insuficiência Cardíaca (REBRIC)

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