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Falta de orientação aumenta casos de lesões por exercícios na pandemia

Muita gente quer correr atrás do prejuízo após ficar parada na pandemia de Covid-19. Médico alerta para os riscos de fazer isso sem preparo e orientação

Por Marcelo Valadares, neurocirurgião*
Atualizado em 8 fev 2021, 18h01 - Publicado em 8 fev 2021, 17h51

Sabemos que a prática regular de atividade física é essencial para uma boa saúde, mas o isolamento social e outras medidas com a finalidade de conter a pandemia de Covid-19 fizeram com que o sedentarismo predominasse. Além do aumento do sobrepeso por falta de movimentação e alimentação desbalanceada, os médicos têm notado o crescimento de queixas de lesões musculares tanto naquelas pessoas que praticam exercícios com a ajuda de plataformas digitais como naquelas que decidiram correr na rua para se livrar dos quilos extras ganhos em casa.

Muita gente está em busca do tempo perdido e quer emagrecer independentemente de ter ou não feito avaliação física ou mesmo sem qualquer tipo de orientação profissional. Um equívoco que vem levando mais pacientes aos consultórios. Tenho visto casos de homens e mulheres, jovens e idosos, que chegam com problemas que vão desde lesões musculares mais simples até mesmo fraturas em razão da falta de preparo e instrução para se exercitar.

Exercícios malfeitos sobrecarregam todas as estruturas do corpo, como ossos, articulações, ligamentos e os próprios músculos —  o aparato que nos permite manter a postura e realizar movimentos. Formada por todas essas estruturas, a coluna, o eixo de sustentação do esqueleto, é uma das que mais sofrem com as atividades mal executadas. O resultado? Dor.

A dor pode ser causada por estiramentos musculares, lesões nos ligamentos e inflamação nas articulações que, se repetidas, podem se transformar em problemas crônicos. E é importante lembrar que, para encarar lesões do gênero, não é preciso malhar com frequência, basta realizar uma única atividade de forma inadequada.

Na verdade, todo nosso corpo está exposto ao risco de lesões e, dependendo do exercício, algumas áreas são mais suscetíveis que outras. Os joelhos, quadris, pés e coluna são muito expostos em exercícios de impacto, como as corridas. Punhos, cotovelos e ombros são frequentemente afetados em tenistas, por exemplo.

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Se você deseja adotar alguma prática esportiva, a recomendação é incluir uma rotina de exercícios de fortalecimento, como a musculação, que prepara o organismo para o esforço a que vai ser submetido. Antes de se jogar na malhação ou começar um esporte, aconselho você a procurar um profissional especializado.

Também é necessário respeitar os limites do seu corpo e do próprio tempo. Emagrecer ou ganhar músculos não acontece num passe de mágica, de um dia para o outro. Para alcançar esses objetivos, é preciso ter paciência, disciplina e persistência. Dependendo da sua condição física, a adaptação à rotina de exercícios físicos pode levar um período menor ou maior, mas os resultados chegam, melhorando a saúde e a autoestima.

Muitas pessoas engordaram durante a pandemia. A perda de peso é um processo que inclui dedicação, perseverança e bom senso. Estudos mostram que grandes perdas de peso em curtos intervalos de tempo não se sustentam depois.

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Nesse sentido, correr atrás do prejuízo tentando fazer um monte de exercícios em pouco tempo (e de forma incorreta) tende a causar lesões e a afastar o indivíduo da atividade física por semanas ou meses. Ou seja, só vai agravar ainda mais as coisas.

A mudança do estilo de vida leva tempo e depende de uma mudança de mentalidade. Antes de treinar o corpo, é preciso treinar o cérebro. Reflita — e procure orientação — antes de se desesperar!

* Marcelo Valadares é neurocirurgião, médico da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Hospital Israelita Albert Einstein

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