Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

Com a Palavra

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Neste espaço exclusivo, especialistas, professores e ativistas dão sua visão sobre questões cruciais no universo da saúde
Continua após publicidade

A criança e o direito ao saneamento básico

O ambiente em que meninos e meninas vivem é decisivo em seu desenvolvimento. De olho nisso, duas especialistas pedem maior atenção à infraestrutura

Por Heloísa Oliveira e Renata Ruggiero Moraes, economistas*
1 abr 2022, 18h41
direitos infantis saúde
Um milhão e meio de crianças morrem de diarreia a cada ano no mundo, sendo que 90% desses óbitos estão ligados ao consumo de água contaminada, à falta de saneamento e aos hábitos de higiene (Ilustrações: Elisa Moura/SAÚDE é Vital)
Continua após publicidade

A primeira infância é o período da vida que vai do nascimento até os 6 anos de idade e é reconhecida como a grande janela de oportunidade de investimentos para o desenvolvimento integral de uma pessoa.

Nesse contexto estão compreendidas as áreas da saúde, da nutrição, da educação, dos cuidados parentais, da segurança e da proteção. E ainda inclui o ambiente em que a criança vive, por que ele interfere diretamente em seu bem-estar.

Mas a verdade é que o local de moradia não deveria ser um fator determinante para assegurar todo o potencial de desenvolvimento de meninos e meninas.

Compartilhe essa matéria via:

Por isso, é importante que sejam realizados todos os investimentos necessários para garantir igualdade de oportunidades a todas as crianças – de todas as raças, etnias e grupos sociais.

Continua após a publicidade

Nesse sentido, é preciso focar no planejamento da infraestrutura e dos serviços das cidades.

A falta de acesso ao saneamento básico, por exemplo, tem impacto direto na saúde pública, com prejuízos especialmente para as crianças pequenas – elas ficam expostas a doenças como diarreias, gastroenterites, desidratação e outros quadros capazes de afetar seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.

Segundo estudo do Unicef, de 2015, um milhão e meio de crianças morrem de diarreia a cada ano no mundo, sendo que 90% desses óbitos estão ligados ao consumo de água contaminada, à falta de saneamento e aos hábitos de higiene.

Continua após a publicidade

Ainda segundo a Unicef, a diarreia é, inclusive, a segunda maior causa de mortes no mundo em menores de 5 anos de idade. A doença que mais tem matado crianças em todo o planeta é a pneumonia – foram cerca de 800 mil óbitos em 2019.

No Brasil, a falta de saneamento básico sobrecarregou o sistema de saúde com mais de 273 mil internações por doenças de veiculação hídrica em 2019, de acordo com dados do Instituto Trata Brasil.

+ LEIA TAMBÉM: Água contaminada de enchentes causa doenças sérias, mas há alternativas

Continua após a publicidade

Nesse mesmo ano, a falta de acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário levaram a mais de 2 700 mortes. Foram 81 mil internações de crianças de zero a 4 anos devido a essas doenças, que levaram a 124 mortes nessa faixa etária – sendo 54 delas na região Nordeste, 41 na região Norte, 14 na região Sudeste, 12 no Centro-Oeste e três na região Sul.

Além dessas doenças reconhecidas como de veiculação hídrica, já existem evidências de que a falta de saneamento básico impacta no desenvolvimento do cérebro da criança na primeira infância, comprometendo suas habilidades cognitivas.

Uma pesquisa coordenada pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, com o apoio da Fundação Bill e Melinda Gates, chegou a avaliar o impacto da má-nutrição crônica e da falta de saneamento no cérebro de crianças de Bangladesh, na Índia.

Continua após a publicidade

Resultados preliminares apontam que doenças inflamatórias, como as intestinais, são as que têm maior impacto na atividade cerebral. A revista Nature afirmou, em artigo dedicado à pesquisa, que se a informação for confirmada, fica reforçada a importância do saneamento para o desenvolvimento da criança na primeira infância.

Se a falta do saneamento básico é um problema, a priorização do fornecimento desse serviço deve ser a solução. Ele tem que ser considerado um importante investimento para a saúde das crianças pequenas e suas famílias, uma vez que reduz internações hospitalares e índices de mortalidade.

*Heloisa Oliveira é diretora-presidente do Instituto Opy de Saúde, e Renata Ruggiero Moraes é presidente do Conselho de Administração do Instituto Opy de Saúde e Diretora-Presidente do Instituto Iguá de Sustentabilidade

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.