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Você tem gases intestinais?

Sim, você e todos os outros 8 bilhões de habitantes da Terra, pois isso decorre do processo digestivo natural. Mas há casos associados a problemas de saúde

Por Sidney Klajner
19 fev 2024, 11h45
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Os gases são naturais, mas o excesso de flatulência pode gerar desconforto. (Ilustração: Lucas Kazakevicius/Veja Saúde)
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Os gases intestinais são uma manifestação absolutamente democrática do nosso organismo. Ricos e pobres, famosos e anônimos, todos soltam gases, pois isso faz parte do processo fisiológico da digestão. 

A maior parte dos gases se forma no intestino a partir da digestão de carboidratos e gorduras. Como as enzimas digestivas não agem sobre todos eles, alguns carboidratos e gorduras só são absorvidos após serem fermentados por bactérias da microbiota intestinal. E a fermentação gera gases.

Outra parte resulta da ingestão de ar. Segundo estudos científicos, indivíduos adultos expelem gases 20 vezes por dia, em média. 

+Leia também: Doença de Crohn: o que é, o diagnóstico, os sintomas e o tratamento

Contudo, podem ocorrer quadros de flatulência (ato de eliminar os gases) excessiva, o que causa desconforto físico, constrangimento social e, em situações extremas, danos emocionais devido ao medo da reação das outras pessoas. 

Nesses casos, é importante observar sintomas paralelos persistentes, como dor ou inchaço abdominal e mudança no hábito intestinal (prisão de ventre ou diarreia) – e, se existirem, buscar avaliação médica. 

Gases em excesso ou dificuldade para expeli-los podem estar associados a problemas como intolerância a determinados alimentos (glúten e lactose, por exemplo), doença inflamatória intestinal, síndrome do intestino irritável. 

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No outro extremo, há a obstrução intestinal, que gera uma dificuldade em expeli-los. 

Mesmo pessoas saudáveis, dependendo de características genéticas e fisiológicas, podem apresentar gases em excesso quando consomem muitos carboidratos fermentáveis. Esses nutrientes estão presentes em itens como alho, cebola, trigo, centeio, cevada, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, soja, grão de bico etc.), repolho, batata doce, brócolis, couve-flor, couve de Bruxelas, leite e produtos lácteos e alimentos ricos em alguns tipos de açúcares, entre eles a frutose, especialmente de frutas como manga, maçã e pera. 

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Como destaca Priscila Barsanti de Paula Nogueira, nutricionista do Einstein, não se trata de eliminar esses produtos do cardápio, pois são valiosos do ponto de vista nutricional. Para quem tem muita flatulência, só é necessária uma estratégia individualizada para reduzir esses alimentos, dependendo de cada situação. 

No entanto, para fazer isso com segurança, sem prejuízos para a nutrição, é preciso buscar orientação de nutricionistas, que indicarão um plano alimentar considerando as características do indivíduo, além de dar dicas que ajudam a minimizar a formação de gases. 

No caso do feijão, por exemplo, deixá-lo de molho de um dia para outro e trocar a água antes do cozimento reduz a geração de gases. Outra estratégia é avaliar a introdução de probióticos (bactérias boas) para melhorar essa condição clínica. 

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Recomenda-se ainda evitar comportamentos que podem aumentar a ingestão de ar, como falar muito durante a alimentação ou comer rápido demais, sem mastigar e sem prestar atenção ao alimento, quadro típico em pessoas ansiosas.  

Outras situações evitáveis que aumentam o volume de gases no estômago e intestino incluem o consumo de bebidas gaseificadas, uso de canudos, mastigação de chicletes e o tabagismo. O sedentarismo é outro importante fator que favorece a flatulência.

+Leia também: Como alcançar a meta diária de fibras na alimentação?

Para ajudar o organismo a eliminar rapidamente gases acumulados, pode-se recorrer a medidas simples e eficazes, como dar uma caminhada leve, fazer uma massagem abdominal com movimentos circulares de cima para baixo ou deitar de costas levantando as pernas e dobrando os joelhos na altura da barriga. O consumo de chás (gengibre, erva-doce, cidreira e hortelã) também costuma fazer efeito. 

Ter gases é normal. E conviver com eles tranquilamente, sem dores, desconfortos e constrangimentos, também deve ser. 

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