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Diverticulite: o que as sementes têm com isso?

Resposta curta: nada. Entenda como surgem de verdade os divertículos e as inflamações neles

Por Sidney Klajner
3 nov 2023, 11h01
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A diverticulite é uma doença intestinal (Ilustração: Jonatan Sarmento/SAÚDE é Vital)
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No mundo de mitos da saúde, as sementes são apontadas como alimentos proibidos para quem tem diverticulose (presença de divertículos), pois contribuiriam para a diverticulite, que é a inflamação dessas bolsas que surgem nas paredes do intestino grosso.

A verdade é que as sementes são absolutamente inocentes e, no processo digestivo, sequer chegam como sementes ao intestino. Não são responsáveis nem pela diverticulite nem pela diverticulose.

Basicamente, os divertículos se formam de duas maneiras. A mais comum ocorre com o envelhecimento e está associada ao enfraquecimento da musculatura da região. Costumo comparar com um antigo pneu de câmera que ficou careca, aí apareceu uma bolha na área mais desgastada.

É um processo comum. Estima-se que, a partir dos 60 anos, mais de 50% das pessoas desenvolverão divertículos que, neste caso, são denominados divertículos hipotônicos.

+ Leia também: Diverticulite: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Entre os mais jovens, são mais frequentes os divertículos provocados pelo chamado cólon espático, uma condição que provoca espasmos rigorosos no intestino, exercendo uma pressão que faz emergir o divertículo.

Voltando à comparação com o pneu, é como se tivéssemos exagerado no ar na hora de calibrá-lo, provocando a formação de uma bolha na borracha pela pressão excessiva.

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O que causa a diverticulite?

A mera presença dos divertículos, chamada de diverticulose, não é doença e, na maioria dos casos, sequer apresenta sintomas.

Eles só representam problemas se ocorre a diverticulite. Nesse caso, há uma microperfuração no divertículo que permite o extravasamento de fezes ou bactérias. Comumente, a perfuração é provocada pelo entupimento do divertículo por um fecalito (pedrinha de fezes endurecida).

As diverticulites são classificadas em quatro graus – das mais leves, que podem ser tratadas em casa com a administração de antibiótico oral, às mais graves, como o chamado abdome agudo perfurativo, exigindo uma cirurgia de emergência.

Fora isso, o tratamento cirúrgico eletivo, feito geralmente por laparoscopia ou robótica, só é indicado em casos bem específicos.

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Por exemplo, quando sucessivas crises de diverticulite acabam gerando sequelas, como o espessamento da parede do intestino, o estreitamento e tortuosidade do caminho de passagem das fezes, provocando dor.

+ Leia também: Colostomia, traqueostomia e cia: entenda a importância delas

Sintomas de atenção

Os sinais mais comuns da diverticulite são dor abdominal, mais frequente do lado esquerdo, febre e mudança do hábito intestinal.

Além do exame físico e avaliação dos sintomas, alguns exames ajudam o médico a confirmar o diagnóstico, como o hemograma e o PCR, que mostram o estado infeccioso e inflamatório, e tomografia do abdome.

Para evitar as crises, é importante manter um hábito intestinal saudável, com uma alimentação rica em fibras para evitar a constipação. E pode, sim, comer sementes.

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