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Ansiedade: o que as bactérias do intestino têm a ver com o transtorno

Estudo revela que cuidar da microbiota beneficiaria não apenas o funcionamento do intestino, mas também a saúde mental

Por Dan Waitzberg, gastroenterologista*
Atualizado em 10 mar 2021, 16h49 - Publicado em 18 ago 2019, 10h35

A cada dia, novas pesquisas reiteram os papéis da microbiota intestinal — trilhões de micro-organismos que habitam o intestino — dentro do nosso corpo. Uma microbiota saudável contribui, entre outras coisas, para a imunidade e o metabolismo. Isso acontece porque bactérias e companhia produzem nutrientes, vitaminas e outras substâncias com ação local ou a distância. E até o sistema nervoso é influenciado por elas. Por isso falamos no eixo intestino-microbiota-cérebro.

Acontece que o estresse mental e físico, o descuido com o estilo de vida e uma dieta desbalanceada também impactam nos micro-organismos do aparelho digestivo. Nesse contexto, a microbiota pode se modificar e deixar de oferecer benefícios. Algo que tem reflexo inclusive na saúde mental.

A novidade é que experimentos recentes sugerem que doenças psiquiátricas podem ser tratadas com a regulação da microbiota intestinal, conforme conclui uma revisão de estudos do Centro de Saúde Mental de Xangai, na China.

Os investigadores analisaram 21 trabalhos de qualidade, 14 deles testando probióticos (micro-organismos que, ingeridos em quantidade adequada, oferecem vantagens a quem os recebe) e os outros sete avaliando ajustes na dieta. Os cientistas chineses verificaram, então, que mais da metade dessas pesquisas encontrou efeitos positivos sobre os sintomas de ansiedade.

Na revisão, as intervenções exclusivamente dietéticas (sem probióticos) foram mais eficientes em proporcionar melhoras. Uma explicação seria o fato de oferecerem diferentes substratos alimentares à microbiota em vez de introduzir tipos específicos de bactérias através de um suplemento que pode ter sido usado por tempo insuficiente para produzir mudanças reais no ambiente intestinal. Outro ponto a destacar: a maioria dos estudos não encontrou eventos adversos.

Com esses dados, os pesquisadores chineses reforçam a ideia de que regular a microbiota por meio de mudanças na dieta e/ou uso de probióticos pode ser uma alternativa, ao lado dos tratamentos psiquiátricos consagrados, para aliviar os sintomas da ansiedade — situação que, segundo estimativas, afeta um terço da população mundial pelo menos em algum momento da vida.

*Dan Waitzberg é professor de gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, diretor do Ganep Nutrição Humana e presidente do Ganepão, um dos maiores congressos de nutrição da América Latina

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