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Parkinson pode começar no intestino, não no cérebro

Um novo estudo mostra que a microbiota do intestino pode interferir na progressão dos sintomas da doença

Por Ana Carolina Leonardi (da Superinteressante)
Atualizado em 8 Maio 2018, 18h23 - Publicado em 6 dez 2016, 17h50

Tremores e dificuldade de movimento: os principais sintomas do Parkinson têm tudo a ver com o cérebro. Mas um novo estudo traz indícios de que esse pode ser só o estágio final da doença. Sua verdadeira origem estaria mais profunda, no intestino.

A desconfiança de que os médicos estavam olhando para o lugar errado começou quando uma pesquisa mostrou que, dez anos antes de apresentar sintomas, grande parte dos pacientes com Parkinson tinha um problema bem diferente: prisão de ventre.

O resultado passou por coincidência e a maioria dos experimentos continuou buscando no cérebro a razão da morte de neurônios que afetava tanto a mobilidade dos pacientes.

Um novo estudo feito no Instituto Tecnológico da Califórnia (CalTech) mostrou que as diferentes bactérias que vivem no intestino humano podem ter relação direta com o desenvolvimento do Parkinson.

Os pesquisadores começaram estudando as fibras tóxicas de uma proteína chamada alfa-sinucleína, que se acumulam nos neurônios e causam sintomas de Parkinson em questão de semanas.

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O experimento usou uma série de ratos com DNA idêntico, geneticamente modificados para ter uma tendência maior a produzir essas fibras – não só no cérebro, mas também no intestino.

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Os ratos foram divididos em dois grupos, um deles criado em jaulas normais e outro em ambientes esterilizados, sem germes. Os dois grupos se desenvolveram, com a mesma tendência genética, mas o quadro de sintomas motores do primeiro grupo piorou muito mais rápido. Já os ratos do ambiente esterilizado tremiam menos e tinham menos fibras tóxicas no cérebro.

Na segunda etapa do estudo, os cientistas separaram os ratos das jaulas especiais e injetaram a microbiota de seres humanos com Parkinson. Em algumas semanas, os problemas motores dos roedores foram ficando piores.

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Em outros ratos do ambiente estéril, a microbiota injetada foi de humanos saudáveis – e a doença não avançou.

Os cientistas ainda não são capazes de afirmar que é exatamente isso que acontece com o corpo humano, mas eles estão confiantes que as bactérias do intestino regulam de alguma forma a ação do mal de Parkinson.

Uma das teorias é que certos tipos de microbiota levam o cérebro a exagerar na produção de alfa-sinucleína. O próximo passo dos pesquisadores vai ser comparar as bactérias intestinais de uma série de pacientes com Parkinson, para tentar encontrar quais patógenos eles têm em comum, que podem estar relacionados à progressão da doença. Se der certo, a pesquisa tende a abrir caminho para novas formas de tratamento e prevenção do Mal de Parkinson – até dez anos antes dos sintomas aparecerem.

Está matéria foi publicada originalmente na Superinteressante.

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