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9 dicas para as crianças comerem bem

Especialistas ensinam como transformar a alimentação saudável em um assunto lúdico e, mais importante, saboroso para a molecada

Por Chloé Pinheiro (colaboradora)
Atualizado em 28 out 2016, 06h52 - Publicado em 16 mar 2016, 14h01
Alex Silva
Alex Silva (/)
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Seu filho torce o nariz para brócolis, cenoura, tomate e afins? Se sim, boas notícias: é possível reverter a repulsa pela porção mais colorida do prato. Uma das melhores estratégias para alcançar o feito é envolver os baixinhos quanto antes no preparo das refeições. “Se a criança aprende sobre culinária desde cedo, torna-se mais aberta para experimentar ingredientes e inserir alimentos benéficos no dia a dia”, explica Antonia Demas, nutricionista e professora da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkin, nos Estados Unidos.

A especialista também é presidente do Food Studies Institute, que há 45 anos aplica um currículo especial para apresentar a cozinha a jovens estudantes. Confira algumas táticas elencadas por ela e outros profissionais para estimular o mestre-cuca mirim e, assim, colocar frutas, verduras e legumes na rotina do pequeno de maneira bem natural.

1 – Aprenda junto com seus filhos

“Se os pais não sabem cozinhar, costumo propor o desafio de descobrirem juntos. As crianças se identificam com a dificuldade deles e adoram isso”, comenta Gabriela Kapim, nutricionista e apresentadora do programa Meu Filho Come Mal, do canal GNT. O esforço coletivo tende a estimular ainda mais o pequeno a botar a mão na massa e experimentar as tentativas. “Esse aprendizado em conjunto não só faz a criança comer melhor, mas pode transformar positivamente o relacionamento da família”, completa a nutricionista.

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2 – Tenha uma visão positiva sobre os vegetais

Geralmente, adultos partem do pressuposto de que os baixinhos não gostam de comer frutas, verduras e legumes. Daí, a tendência é oferecer esses itens de um jeito meio, digamos, desanimador ou ainda mandatório. “E a aceitação da criança é muito influenciada pela linguagem que usamos e nossas próprias escolhas alimentares”, comenta Antonia. Sabe aquela felicidade reservada para a hora do chocolate ou do fast-food? Pois tente agir com a mesma empolgação quando chegar, por exemplo, a estação das jabuticabas.

Também é importante não tratar a sobremesa como moeda de troca, dizendo: “Só vai ganhar um pedaço de chocolate se comer tudo”. Ao fazer isso, parece que a refeição principal é tão horrível que é necessário um agrado depois.

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3 – Sugira o preparo de pratos de uma cor especial

“O arco-íris dos ingredientes e a ampla variedade de texturas fazem da comida um vasto campo para brincadeiras”, aponta Anne Fischel, psicóloga da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Aproveite as possibilidades para criar desafios que envolvam as receitas. Na hora das compras, vale propor a procura de elementos para fazer uma refeição toda roxa e questionar o pequeno sobre as transformações que o alimento sofrerá até ficar pronto: será que a cor muda na hora de cozinhar? E a textura?

4 – Mantenha uma horta caseira

Um estudo recentemente publicado pela Universidade Cornell, nos Estados Unidos, observou que a quantidade de jovens estudantes que incluia por conta própria a salada no almoço da escola saltava de 2% para 10% quando uma das lições do dia era cuidar da plantação. “O contato com a jardinagem é importante para estimular o consumo de vegetais, ainda que se plante apenas ervas aromáticas em casa”, garante Antonia.

5 – Aproveite pequenos momentos do cotidiano

Convide o pequeno para tarefas simples, como montar a lancheira da escola. “Dar algumas opções para eles escolherem ajuda a desenvolver autonomia e senso de participação”, diz Ana Paula Del Arco, nutricionista da consultoria Capitão Pão, em São Paulo. Os pais que trabalham fora podem dedicar uma noite ou um período do final de semana para preparar uma receita com a garotada.

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6 – Faça da comida um assunto divertido entre vocês

Aponte as árvores frutíferas que encontrarem pela rua e conte histórias sobre a origem dos vegetais. Quando puder, leve as crianças ao supermercado, à feira e comente com elas sobre o cardápio dos personagens dos desenhos favoritos. “Ao discutir sobre a preferência do Bob Esponja pelo hambúrguer de siri, por exemplo, inserimos com naturalidade o tema no universo deles”, ensina Gabriela.

7 – Prepare refeições temáticas com eles

Se há um pequeno leitor em casa, proponha receitas inspiradas nos seus livros prediletos – como os feijões mágicos do bruxinho Harry Potter. Outra fonte de ideias é o mapa-múndi. “Convide para preparar pratos típicos de outros países e apresente às crianças os ingredientes que dão o sabor característico de cada cultura”, sugere Antonia.

8 – Resgate as comidas favoritas da família 

“Cozinhar é um momento riquíssimo para compartilhar histórias familiares e fortalecer vínculos”, conta Paula Kesselman, coordenadora pedagógica do Espaço Mamusca, em São Paulo.  Vale lembrar o almoço com o bisavô, a fruta da infância da mamãe e por aí vai… “A criança passa a olhar para o prato de outra forma e constrói memórias importantes nessa vivência”, completa.

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9 – Ensine que cozinhar é um ato de amor

A culinária é uma atividade cheia de significados, e preparar o cardápio é uma maneira de compartilhar e cooperar com os próximos, sejam eles parentes ou amigos, além de criar lembranças especiais para a turma toda. “A principal recompensa é comer o que você mesmo produziu e proporcionar momentos prazerosos às pessoas que você ama”, destaca Anne. 

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