Por que não se deve ofertar colágeno para crianças e adolescentes
Essa proteína é fundamental para os tecidos do corpo, mas sua suplementação raramente é necessária nas primeiras décadas de vida e pode ser perigosa
O colágeno é importante para o nosso organismo. Famoso pela sua associação com a saúde da pele, ele também ajuda a estruturar músculos, ligamentos, tendões e ossos, entre outros tecidos. Produzido naturalmente pelo corpo, sua suplementação não costuma ser necessária nas primeiras décadas de vida. E, em condições normais, é contraindicada para crianças e adolescentes.
A polêmica em torno da suplementação de colágeno na infância ressurgiu após a influencer Virginia Fonseca compartilhar nas redes sociais que suas duas filhas pequenas, de 2 e 3 anos, teriam o suplemento como parte de sua alimentação cotidiana. Virginia, que tem sua própria linha de suplementos, a WPink, diz que as crianças fazem uso do colágeno em pó.
Só que isso contraria a própria recomendação na embalagem do produto, afirmando que ele não deve ser consumido por menores de 19 anos.
Mas, afinal, quando suplementar colágeno pode ser uma boa ideia? E por que crianças não precisam nem devem tomá-lo?
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Indicações do colágeno
Como visto acima, o colágeno é uma proteína fundamental para a formação de vários tecidos do corpo, muito além dos usos estéticos para rejuvenescimento da pele. Como ele é produzido naturalmente pelo organismo, no começo da vida sua suplementação não costuma ser necessária, desde que a pessoa tenha uma ingestão adequada de proteínas.
Por volta dos 30 anos, quando passa a haver um declínio na produção de colágeno. Além das “marcas da idade” no rosto, a suplementação também costuma ser indicada para pessoas que apresentam desconfortos articulares ou alguma disfunção muscular ou óssea. Mas mesmo nesse contexto ela não demonstra benefícios robustos.
Em qualquer cenário, porém, é importante sempre consultar nutricionistas e médicos, especialmente se há outros problemas de saúde de fundo. Mesmo quando a suplementação de colágeno pode ser indicada, ela raramente é a única medida necessária para garantir níveis nutricionais adequados, sendo preciso também obter proteína de outras maneiras e praticar exercícios, se sua ideia é fortalecer os músculos.
Cuidados e contraindicações ao uso do colágeno
No caso de crianças, o indicado é que a dose adequada de proteínas venha sempre através da alimentação. Salvo em casos nos quais, por alguma questão médica, há recomendação específica para suplementar de alguma forma.
Via de regra, o uso de suplementos de colágeno é considerado desnecessário para crianças, adolescentes e adultos jovens, pois a produção natural da substância ainda não entrou em declínio. Além disso, o recomendável para essa fase de desenvolvimento corporal é apostar em proteínas mais completas.
A importância de obter proteína pela alimentação na infância também tem a ver com a tolerância dos rins para a ingestão considerada segura desse nutriente. Ao suplementá-lo sem necessidade, esse limite pode ser atingido sem que haja capacidade de absorver tudo o que se está ingerindo.
Assim, haveria um risco maior de desenvolver cálculos renais e problemas cardiovasculares, segundo alguns estudos.
Mesmo se não houver riscos significativos, tampouco há indícios de que a suplementação nessa idade traga benefícios concretos. Na melhor das hipóteses, a pessoa está jogando dinheiro fora.
Além disso, os suplementos também costumam conter outros produtos químicos e sódio, que podem causar desconfortos digestivos e afetar a saúde geral. Por isso, em qualquer idade, só devem ser utilizados quando houver orientação profissional, e dentro de uma rotina alimentar que considere a existência dessa suplementação.