Pirarucu em conserva
O peixe amazônico é alvo de pesquisas por ter atributos que o tornam ótima opção ao mercado de enlatados
Espécie nativa da Amazônia, o pirarucu se distingue por algumas características: rápida taxa de crescimento, boa adaptação às condições de cultivo, excelente rendimento muscular e uma carne de qualidade.
Devido a esse conjunto da obra, pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, no Pará, e da Embrapa Agroindústria de Alimentos, no Rio de Janeiro, decidiram criar uma conserva com o filé do pescado.
Dessa maneira, é possível estender a vida útil do alimento fresco, além de oferecer ao consumidor uma maior variedade de peixes enlatados.
“Agora é necessário que haja um parceiro interessado em adotar a tecnologia desenvolvida, buscando validá-la e ajustá-la em ambiente de escala industrial”, relata a engenheira de alimentos Alessandra Ferraiolo de Freitas, da Embrapa Amazônia Oriental.
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Raio x do peixe
Conheça algumas características do pirarucu
- Tamanho
Trata-se de um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo chegar a 3 metros e cerca de 200 quilos. - Espinhas
O pescado não possui espinhas intramusculares, um ponto bastante festejado pelos consumidores. - Gordura
Embora seja gigante, o pirarucu é um peixe magro: concentra em torno de 1,5% de gorduras. Por isso, é pouco calórico. - Proteína
Como outros pescados, a espécie é uma boa fonte proteica. O nutriente dá saciedade e alimenta os músculos.
E o sabor?
De acordo com Alessandra, a carne do pirarucu apresenta coloração clara, textura firme e sabor suave.
“A cor e o sabor se mantiveram na conserva. No entanto, houve uma pequena perda de textura, como já era esperado, em função da cocção da carne durante o processo de esterilização”, descreve a pesquisadora.
Mas nada que tenha abalado a aceitação da conserva nos testes sensoriais — tanto é que foi relatada uma intenção positiva de compra do produto. Vale lembrar que a categoria dos enlatados também agrada pela praticidade na hora do consumo.