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Onda de frio: a alimentação ajuda a afastar infecções respiratórias?

Dias mais frios renovam a preocupação com gripes e resfriados. Até que ponto a dieta contribui para evitar essas doenças respiratórias?

Por Dan Waitzberg e Natalia Lopes (Nutritotal)*
19 Maio 2022, 15h27
foto de laranja fatiada, representando uma dieta contra gripe e infecções
Prevenção de infecções respiratórias vai muito além da ingestão de vitamina C.  (Foto: Veja Saúde/SAÚDE é Vital)
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Com a chegada do outono e a queda da temperatura, vem aquele combo de infecções respiratórias: gripe, resfriado, bronquite, pneumonia… Além do tempo seco e dos dias frios, propensos a ambientes mais fechados e com menos circulação de ar, neste ano a estação coincide com a retirada das máscaras na maior parte dos estabelecimentos.

Resultado: estamos mais suscetíveis às doenças respiratórias causadas por vírus e bactérias. Mas há algo a se fazer para melhorar nosso sistema imunológico a fim de evitar ou reduzir a gravidade desses problemas? A dieta tem um papel a cumprir?

Vamos começar entendendo melhor o sistema imunológico. Trata-se de uma rede complexa que envolve vários órgãos e tipos distintos de células, responsáveis por montar a reação do corpo a invasores como vírus e bactérias. Sua função é não deixar a gente adoecer.

Em nosso organismo, as células imunológicas são produzidas constantemente e dependem de um estilo de vida saudável para funcionarem bem. Isso inclui alimentação adequada, microbiota equilibrada, prática regular de exercícios físicos e sono de boa qualidade.

Você já ouviu falar que precisamos de vitamina C para prevenir gripes e resfriados? Pois a realidade não é bem assim: o corpo precisa de muito mais para manter suas defesas naturais armadas.

Vitaminas, minerais, proteínas, fibras e gorduras boas são usados direta ou indiretamente para manter vivas e atuantes nossas células imunológicas. Logo, alimentos que são fontes desses nutrientes devem ser consumidos diariamente.

+ LEIA TAMBÉM: Entenda o papel das vitaminas na imunidade

Há evidências de zinco, cobre, selênio e ferro, bem como as vitaminas A, B6, B9, B12, C, D e E, são especialmente importantes para a imunidade. O ideal é obter esses nutrientes por meio de uma alimentação balanceada e variada, rica em frutas, legumes, verduras, carnes magras e oleaginosas.

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A dieta mediterrânea é um bom exemplo de estratégia alimentar capaz de garantir o consumo de todos essas substâncias. Em caso de necessidade, um médico ou nutricionista poderá prescrever suplementos.

+ LEIA TAMBÉM: Conteúdos confiáveis sobre nutrição? Acesse o Nutritotal

Quando a dieta atrapalha

O padrão alimentar típico do Ocidente, com alto teor de ultraprocessados, gordura, açúcar e sal, é associado pelos estudos a aumento da inflamação, prejuízo da função imunológica e maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas.

Além disso, o próprio excesso de peso, resultante do consumo elevado de alimentos calóricos, é bastante prejudicial para a imunidade.

Na obesidade, as células de armazenamento de gordura liberam mais substâncias inflamatórias, gerando um estado crônico que pode desequilibrar e abalar nosso sistema de defesa. Mais uma vez, a alimentação e um estilo de vida saudáveis ajudam a reverter ameaças.

Mas não pense que a solução é fazer qualquer dieta e emagrecer. Regimes restritivos propiciam deficiências nutricionais (ou mesmo desnutrição), o que só compromete o sistema imunológico.

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Recentemente, um estudo que contou com mais de 470 mil participantes e investigou os efeitos da dieta sobre a ocorrência de pneumonia, gripe e Covid-19 encontrou resultados empolgantes. Nesta população, o consumo de café (menos de uma xícara por dia), chá, pequena quantidade de peixe oleoso (sardinha, salmão, cavala, arenque etc.) e frutas foi significativamente associado a um menor risco de uma infecção respiratória.

Por outro lado, o consumo de pelo menos o equivalente a um terço de um bife bovino pequeno por dia foi ligado a maiores chances de ter pneumonia. Mais um motivo para maneirar na carne vermelha.

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Entre os vários mecanismos possíveis, os pesquisadores destacam que os peixes possuem ômega-3, um tipo de gordura que auxilia a combater a inflamação, e as frutas são fontes de vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos – elementos com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas.

Além disso, concluiu-se que, embora a genética de cada um tenha um impacto importante na função imunológica, a relevância da dieta parece ser bem maior.

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+ LEIA TAMBÉM: O fenômeno dos alimentos plant-based

Intestino e doenças respiratórias: há uma relação?

A microbiota intestinal também desempenha um papel fundamental para o nosso sistema imunológico. Ela atua na proteção contra doenças infecciosas, pois funciona como barreira para a entrada de vírus e bactérias no organismo.

E não só isso. Quando a microbiota está saudável, nutrientes também são mais bem absorvidos e observa-se uma menor formação de substâncias inflamatórias. Ou seja, nosso estado de saúde melhora.

Sabemos, ainda, que há uma comunicação entre a microbiota intestinal e a microbiota pulmonar (sim, há micro-organismos vivendo ali) através de mecanismos relacionados com a absorção e o transporte de nutrientes. Por isso, há indícios de que um intestino equilibrado reduza indiretamente o risco de infecções respiratórias, ou ao menos atenue a gravidade delas.

A pneumonia, por exemplo, é uma infecção pulmonar que pode ser causada por bactérias, vírus ou fungos. Em 2019, acometeu mais de 2,5 milhões de pessoas no mundo, além de ter sido uma das principais causas de internação hospitalar.

A gripe, por sua vez, é causada pelo vírus influenza, cuja circulação costuma ser sazonal, podendo atingir até 20% da população em um mesmo período.

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Para os grupos de risco diante dessas infecções, e eles incluem crianças, idosos, gestantes e indivíduos com alterações neurológicas e imunossuprimidos, é especialmente importante minimizar as chances de sucesso dos patógenos.

A alimentação ajuda nessa tarefa, mas, sozinha, não é suficiente para evitar doenças respiratórias. Como foi dito, o estilo de vida como um todo precisa colaborar, além de medidas como a vacinação.

A prática de exercícios físicos, por exemplo, aumenta a contagem de células imunológicas. Ao lado de estratégias de controle do estresse e melhora da qualidade de sono, contribui para elevar o desempenho do sistema imune e, segundo pesquisas, aumentar inclusive a efetividade das vacinas.

Portanto, não há segredo: investir em uma dieta balanceada e variada junto a outros hábitos saudáveis é um conselho bem-vindo para afastar as infecções respiratórias que estão por aí.

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* Dan Waitzberg é nutrólogo, professor da Faculdade de Medicina da USP e diretor do grupo Ganep;
Natalia Lopes é nutricionista do Nutritotal e pesquisadora da Faculdade de Medicina da USP

(Este texto foi produzido pelo Nutritotal em uma parceria exclusiva com VEJA SAÚDE)

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