Namorados: Assine Digital Completo por 1,99

Dá para minimizar os efeitos do álcool no organismo?

Endocrinologista aponta os impactos da bebida no corpo e ensina estratégias para um consumo mais consciente

Por Filippo Pedrinola, head nacional da endocrinologia da Brazil Health*
11 dez 2024, 13h47
o que o álcool faz no organismo
O Brasil supera em 27% a média global de ingestão de álcool. Entre as bebidas mais consumidas, a cerveja é campeã (Foto: Francesco Carta/Getty Images)
Continua após publicidade

O consumo de álcool é uma prática social comum, mas seus efeitos no organismo variam entre indivíduos e podem ser potencialmente prejudiciais, especialmente quando há exagero.

As diferenças entre homens e mulheres, o impacto de beber com ou sem alimentos no estômago e estratégias para prevenir e tratar a ressaca são aspectos importantes para um consumo mais consciente. Vamos explorar essas questões com mais profundidade.

Impactos entre homens e mulheres

O álcool afeta os sexos de forma distinta devido a questões fisiológicas, metabólicas e hormonais:

Composição corporal:

As mulheres possuem uma menor porcentagem de água corporal (50-55%) em comparação aos homens (60-65%). Como o álcool é diluído na água, as mulheres acabam com uma maior concentração de álcool no sangue após beberem a mesma quantidade.

Metabolismo do álcool:

As mulheres têm menor atividade da enzima responsável por metabolizar o álcool no estômago e fígado, resultando em maior absorção do álcool na corrente sanguínea.

Influência hormonal:

Durante o ciclo menstrual, especialmente na fase lútea, e com o uso de anticoncepcionais, o metabolismo do álcool pode ser mais lento devido ao aumento de estrogênio e progesterona.

Riscos a longo prazo:

As mulheres são mais suscetíveis a complicações relacionadas ao álcool, como danos hepáticos (esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose), problemas cardiovasculares e neurotoxicidade.

Continua após a publicidade

Implicação prática:

Devido a essas diferenças, os limites de consumo recomendados são mais baixos para mulheres. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere até uma dose padrão por dia para mulheres (14 g de álcool puro) e até duas doses para homens.

E, mais recentemente, se introduziu o conceito de que não existe dose segura: qualquer consumo pode trazer risco.

+Leia também: Abuso de álcool está matando mais mulheres de todas as idades

Beber de estômago vazio: um erro comum

Quando o estômago está vazio, o álcool passa rapidamente para o intestino delgado, onde é absorvido mais eficientemente, resultando em um aumento mais rápido dos níveis de álcool no sangue. Ou seja, seus efeitos são intensificados.

Confira alguns impactos de beber sem comer:

Continua após a publicidade
  • Maior irritação da mucosa gástrica, causando náuseas e dor abdominal.
  • Queda mais pronunciada dos níveis de glicose no sangue, agravando sintomas como tontura e fadiga.
  • Risco maior de embriaguez e ressaca severa.

E os alimentos que ajudam a reduzir os impactos do álcool:

  • Proteínas e gorduras saudáveis: ovos, abacate e nozes formam uma barreira no estômago, retardando a absorção do álcool.
  • Carboidratos complexos: batata-doce e pão integral fornecem energia sustentada e estabilizam os níveis de glicose.
  • Frutas ricas em potássio: bananas e laranjas ajudam a reidratar e equilibrar os eletrólitos.

Coma uma refeição balanceada pelo menos 30 minutos antes de beber e evite alimentos gordurosos em excesso, que podem sobrecarregar o fígado.

Dicas para aliviar os efeitos da ressaca

A ressaca é causada por desidratação, perda de eletrólitos, hipoglicemia e acúmulo de subprodutos tóxicos do álcool, como o acetaldeído.

Continua após a publicidade

Algumas estratégias podem aliviar os sintomas e acelerar a recuperação:

  • Reequilibre os níveis de glicose: consuma carboidratos simples e complexos, como frutas (banana, maçã) e torradas integrais. O mel é uma fonte rápida de glicose e frutose e pode ser adicionado a chás.
  • Reponha eletrólitos e vitaminas: água de coco e isotônicos ajudam na reidratação.
  • Consuma alimentos ricos em potássio (banana, abacate) e magnésio (espinafre, castanhas).
  • Hidrate-se bem: beba 1-2 copos de água em jejum ao acordar e mantenha a hidratação ao longo do dia.
  • Chás como gengibre (para reduzir náuseas) ou camomila (para relaxamento) também ajudam.
  • Priorize o descanso: o álcool prejudica a qualidade do sono, especialmente o sono REM, essencial para a recuperação. Durma em um ambiente tranquilo e evite cafeína, que pode piorar a insônia.

Suplementos que podem ajudar:

  • Silimarina: protege o fígado e auxilia na regeneração hepática.
  • N-Acetilcisteína (NAC): estimula a produção de glutationa, ajudando na desintoxicação do fígado.
  • Magnésio e potássio: reequilibram eletrólitos perdidos.
  • Gengibre em cápsulas: alivia náuseas e melhora a digestão.

Em suma, o álcool de formas diferentes em homens e mulheres, sendo mais prejudicial quando consumido de estômago vazio. Para minimizar os impactos, é fundamental consumir alimentos adequados antes e durante o consumo de álcool, manter a hidratação e adotar estratégias de recuperação.

Continua após a publicidade

Mais importante, beber com moderação é a chave para proteger a saúde e evitar os desconfortos da ressaca.

(Este texto foi produzido em uma parceria exclusiva entre VEJA SAÚDE e Brazil Health)

brazil-health

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Veja Saúde impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.