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Comer queijo não eleva o risco de doenças cardíacas, diz estudo

Pelo contrário: o consumo moderado pode, quem diria, até fazer bem ao coração. Mas atenção: as gorduras vegetais parecem ser ainda mais benéficas

Por Guilherme Eler (da Superinteressante)
10 Maio 2017, 16h28

Você sabe que manter uma dieta altamente gordurosa não é lá a melhor forma de cuidar do coração. Mas isso não precisa ser motivo para evitar todo tipo de gordura que vê pela frente – especialmente o que vem dos queijos e derivados do leite. Ao analisar a influência desses produtos em nosso bem-estar, cientistas da Universidade de Reading, na Inglaterra, concluíram que seu consumo não está ligado ao aumento no risco de doenças cardíacas.

A afirmação vem amparada por 29 estudos anteriores, consultados pelos pesquisadores ingleses. Essas pesquisas forneceram dados de mais de 930 mil pessoas – e computaram 93 mil mortes. Elas analisaram a incidência de doenças cardiovasculares, doenças coronárias e óbitos em grupos de pessoas que ingeriam queijos e outros laticínios, comparada às taxas das mesmas doenças em quem cortou esses alimentos da dieta.

Nenhuma ligação entre o consumo dos laticínios e o risco de ter problemas no coração foi observada, de acordo com os cientistas. Outra análise, que considerou exclusivamente o uso de produtos fermentados, concluiu que o consumo moderado de queijo pode, na verdade, até diminuir o risco de problemas cardiovasculares. A ocorrência desse tipo de doença foi 2% menor em que consumia cerca de 10g de gordura de laticínios por dia. Isso corresponde, mais ou menos, à quantidade de gordura que 50g de um queijo minas frescal possui, de acordo com a Unicamp.

Para os pesquisadores, o segredo está na moderação. Portanto, um consumo normal de derivados do leite, terá um impacto “neutro” em nosso bem-estar. “Há uma ampla crença de que os derivados do leite, em geral, podem fazer mal, mas isso é um equívoco. Apesar de ser algo muito difundido, nosso estudo prova que é errado”, diz Ian Givens, um dos autores da pesquisa, em entrevista ao The Guardian. “O número de participantes, em especial, é capaz de nos fornecer um panorama bastante completo da associação neutra entre os laticínios e o risco de doenças do coração”, completa outra co-autora, Jing Guo.

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De acordo com cientistas da Universidade de Harvard, o queijo tem papel histórico de vilão por conta do bom trabalho de possíveis substitutos: as fontes não-animais de gordura, que são mais amigas do coração. Nesse sentido, os pesquisadores encontraram números bastante interessantes. Se trocássemos as calorias de toda a gordura de derivados do leite pela encontrada nos vegetais, por exemplo, o risco de doenças cardiovasculares cairia, em até 10%.

A queda é ainda maior se as calorias vierem de gorduras poliinsaturadas. Se tivermos como fonte de gordura apenas produtos vegetais, como nozes e sementes de abóbora, a diminuição do risco poderia ser de até 24%.

Mas existe um grande problema: as porções de vegetais deveriam ser muito maiores para que a conta fechasse e a substituição compensasse as necessidades do corpo. A efeito de comparação, para absorver a mesma gordura fornecida por um copo de leite de cabra, precisaríamos comer cerca de um quilo de repolho roxo refogado. Haja linhaça para a troca valer a pena.

Este conteúdo foi publicado originalmente pela Superinteressante.

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