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Comer bolacha recheada reduz minutos de vida? Entenda novo estudo brasileiro

Pesquisadores brasileiros e dinamarqueses calcularam impacto que os alimentos mais comuns no prato do brasileiro trazem à saúde e ao meio ambiente

Por Valentina Bressan
9 Maio 2025, 15h30
alimentos saudáveis
Pesquisa pode ajudar governo a implementar políticas de acesso à alimentação saudável (Freepik/Freepik)
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Um estudo, publicado nesta sexta-feira (9) na revista científica de saúde pública International Journal of Environmental Research and Public Health, estimou quanto tempo de vida perdemos (ou ganhamos) ao fazer escolhas alimentares.

O objetivo da pesquisa era avaliar alimentos populares nos pratos dos brasileiros, de acordo com o impacto à saúde e ao meio ambiente que eles acarretam.

O artigo é resultado do trabalho conjunto de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Ténica da Dinamarca. Foram usados índices nutricionais já conhecidos, adaptados à realidade do Brasil em uma análise inédita.

Nas redes sociais, um dos dados fruto da pesquisa chamou atenção: comer bolachas recheadas pode te fazer perder 39 minutos de vida saudável? O resultado é esse mesmo, como mostraremos abaixo.

Mas esses achados não se traduzem em impactos literais para cada um de nós. Saiba como as conclusões se aplicam ao dia a dia e como elas podem te ajudar a fazer escolhas melhores – para você e para o planeta.

Como a pesquisa foi feita?

A pesquisa usou o Índice Nutricional de Saúde (também chamado pela sigla em inglês, Heni) para classificar os alimentos de acordo com o impacto à saúde. Esse impacto foi medido em tempo: quantos minutos ganhamos ou perdemos, em expectativa de anos de vida saudável, ao comer um ou outro alimento.

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Essa conta complexa considera o tipo de alimento e a presença de alguns itens. Altas taxas de sódio, por exemplo, que são associadas à mortalidade, entraram no cálculo. A quantidade de litros usados para fabricar o alimento e o nível de emissões de gases de efeito estufa (em Co2) serviram como indicativos do impacto ambiental dos itens analisados.

As comidas escolhidas para compor a análise foram as 33 que mais contribuem para a ingestão energética no Brasil. Os mais consumidos incluíram o tradicional arroz e feijão, carnes vermelhas e alguns produtos considerados ultraprocessados seguindo a Classificação Nova da USP, como biscoitos e refrigerantes.

+Leia também: 5 pontos para entender a relação entre ultraprocessados e doenças crônicas

Quais as conclusões do estudo?

Para o meio ambiente, os piores alimentos são aqueles derivados de animais. A carne vermelha foi a grande campeã em emissão de gases de efeito estufa. Em consumo de água para produção, a pizza de mussarela foi a recordista.

Já para a saúde, alimentos ultraprocessados e carnes vermelhas tiraram mais tempo de vida. Biscoistos recheados são os recordistas: 36,69 minutos de vida saudável perdidos a cada 115g consumidas. Depois, vêm o porco, a margarina, a carne vermelha e os biscoitos salgados.

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Os índices apontaram que as opções mais benéficas para a saúde foram o peixe de água doce – que adiciona 17,22 minutos de vida saudável – a banana, e o arroz com feijão. O melhor dos dois mundos são os alimentos de origem vegetal, como feijão e frutas. Os custos ambientais são menores e os ganhos para a saúde, maiores.

O que esses resultados significam?

Os achados científicos não significam que você vai perder exatamente este tempo de vida saudável ao comer uma bolacha recheada, por exemplo.

Como esta é uma pesquisa epidemiológica, a análise é de caráter coletivo. Para levar em conta os dados do estudo, é preciso pensar em um consumo contínuo. Comer uma bolacha recheada poucas vezes não vai ter esse impacto. Consumir constantemente, sim.

Fatores individuais que também influenciam a saúde de cada um, como a prática de exercícios físicos, a existência de doenças pré-existentes, a genética e o estilo de vida não entraram nesta análise.

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O trunfo do estudo é oferecer uma nova base de dados, quantitativa, para pensar políticas públicas que garantam o acesso a alimentos diversos e de qualidade. Medidas que incentivem a produção local de alimentos variados podem tomar o estudo como base, para pensar o que é mais adequado para a população e para o meio ambiente.

 

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