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Biotina: qual a função da vitamina e os cuidados no consumo

Tendência no mercado de suplementos, vitamina B7 não tem evidência científica para melhoria de cabelos e unhas

Por Valentina Bressan
1 mar 2024, 17h30
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Também conhecida como vitamina B7, a biotina é importante para a saúde dos cabelos, mas não adianta suplementar além da dose obtida na alimentação (pressfoto/Freepik)
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Recentemente levada aos holofotes como solução para queda capilar e unhas quebradiças, a biotina nada mais é do que a vitamina B7. Como outras vitaminas do complexo B, é essencial para o funcionamento do organismo.

Mas o suposto desempenho milagroso sobre cabelos e unhas ainda não foi comprovado pela ciência. Abaixo, entenda mais a importância e as limitações do suplemento.

+Leia também: Vitaminas demais, saúde de menos: o lado perigoso desses nutrientes

Para que serve a biotina?

O papel da biotina no corpo é ajudar enzimas a quebrar gorduras, carboidratos e proteínas. Ela também atua na regulação de sinais celulares e participa da atividade dos genes.

A deficiência de biotina é rara, porque a necessidade nutricional diária da vitamina é bem pequena. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a ingestão diária adequada de biotina é de 30 microgramas para pessoas adultas.

Nos casos em que há deficiência de biotina, sintomas como afinamento e queda de cabelos, enfraquecimento de unhas e irritação na pele do rosto estão presentes. A deficiência também pode causar sintomas neurológicos.

Devido aos sintomas da falta de biotina, surgiu no mercado a ideia – e a propaganda – de que suplementos com a vitamina ajudariam no crescimento saudável de unhas e cabelos. A ciência, por outro lado, não confirmou essa conclusão.

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Vale usar biotina para melhorar o cabelo e as unhas?

As poucas pesquisas conduzidas com o propósito de avaliar os efeitos da biotina sobre cabelo e unhas não encontraram forte associação entre uma dose extra da vitamina e esses benefícios. Também houve falhas nos estudos em relação à medição dos níveis de biotina antes e durante a suplementação.

Alguns fatores, como consumo crônico de álcool ou a gravidez, de fato podem dificultar a absorção de biotina ou aumentar a necessidade de ingestão diária. Também é possível sofrer com uma condição genética que faz com que a biotina não seja absorvida pelo corpo.

No entanto, fora essas exceções, a suplementação de biotina não costuma ser necessária. Como a necessidade de ingestão diária é pequena, as quantidades adequadas podem ser atingidas pela alimentação.

Em resumo: a biotina é importante para a saúde de cabelos e unhas, mas para obter os benefícios basta atingir os níveis recomendados através de uma dieta equilibrada. Se não houver deficiência prévia do nutriente, não há comprovação de que suplementar a biotina traga um incremento para a saúde capilar.

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A biotina é naturalmente encontrada nos seguintes alimentos:

  • Ovos (cozidos);
  • Leite;
  • Banana;
  • Fígado bovino;
  • Salmão;
  • Abacate;
  • Carne de porco;
  • Batata doce;
  • Nozes, sementes e castanhas

Alerta: biotina e exames não combinam

Um alerta importante sobre a suplementação com biotina é que a ingestão da vitamina interfere em diversos exames laboratoriais. Exames de sangue usados para medir hormônios, por exemplo, utilizam uma associação de biotina com proteína.

Assim, o consumo de biotina além do recomendado pode levar a falsos positivos ou negativos, muitas vezes gerando diagnósticos incorretos. As doses de suplementos disponíveis no mercado costumam superar as 30 microgramas diárias recomendadas.

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Além dos hormônios, a biotina interfere em exames que analisam níveis de vitamina D, de hormônios da tireoide e de biomarcadores para infarto. Este último, inclusive, gerou um alerta da Food and Drug Administration (FDA, equivalente à Anvisa dos Estados Unidos).

Em 2017, um paciente que fez um teste de troponina – que ajuda a diagnosticar infartos – recebeu um resultado negativo. O problema é que a troponina interage com a biotina, que o paciente suplementava, e o resultado foi falso, levando a um diagnóstico equivocado e à morte da pessoa por ataque cardíaco.

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