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Azeite de oliva para queimar gordura corporal

Estudo brasileiro prova que incluir esse óleo na rotina contribui para o emagrecimento

Por Thaís Manarini
Atualizado em 3 jul 2020, 12h54 - Publicado em 3 out 2017, 17h01
Estudo indica que azeite é parceiro da cintura (Dercílio/SAÚDE é Vital)
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Graças ao combo de gorduras monoinsaturadas (consideradas boas para a saúde) e antioxidantes, o uso de azeite de oliva extravirgem é, há tempos, associado à prevenção de doenças cardíacas. Mas uma dúvida intrigava a nutricionista Flávia Galvão Cândido: será que esse óleo ajudaria a acelerar a perda de peso corporal?

Foi justamente essa resposta que ela buscou em seu projeto de doutorado, feito na Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Para isso, fez uma seleção criteriosa de voluntárias, chegando a 41 mulheres com excesso de peso e que não faziam uso contínuo do azeite – na verdade, no dia a dia elas apostavam mesmo era no óleo de soja.

Flávia dividiu as participantes em dois grupos. Um, considerado o controle, ingeria 25 mililitros de óleo de soja no café da manhã. O outro utilizava a mesma quantidade de azeite de oliva extravirgem. “Elas também receberam planos individuais com restrição de 500 calorias ao dia. Dessa forma, queríamos verificar se o azeite aumentaria os benefícios de uma dieta com restrição calórica padrão”, informa Flávia.

Azeite no café da manhã?

Se você achou estranha essa parte, saiba que os óleos foram acrescentados a bebidas. “Elas levavam leite em pó desnatado e algum saborizante, como polpa de frutas congeladas, cappuccino ou chocolate em pó”, explica a nutricionista Rita de Cássia Alfenas, orientadora do projeto. Dessa maneira, houve controle da quantidade exata de óleo que as participantes ingeriam.

“O interessante é que as voluntárias não sabiam qual dos dois estavam consumindo e, de modo geral, as bebidas foram muito bem aceitas”, acrescenta Rita. Para mascarar o sabor, ela conta que a receita era batida em um mixer e oferecida logo após o preparo, já que, com o tempo, os óleos tendem a subir para a superfície de bebidas à base de água. A título de comparação, esses 25 mililitros correspondem a duas colheres de sopa não muito cheias.

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Resultados animadores

Depois de nove semanas, os achados empolgaram. “Além de reduzir a pressão arterial, verificamos que o azeite de oliva aumentou em 80% a perda de gordura em relação ao grupo que ingeriu óleo de soja”, conta Rita.

A orientadora destaca a importância de se falar em eliminação de gordura corporal, e não só de redução de peso na balança. “Diminuir a gordura traz grandes benefícios à saúde, já que seu excesso pode favorecer a manifestação de problemas como diabetes e as próprias doenças cardiovasculares”, explica.

As nutricionistas já têm hipóteses para justificar tal resultado. A principal tem a ver com uma enzima chamada estearoil-CoA desaturase (a SCD-1), cuja principal função é transformar a gordura saturada em monoinsaturada (ou seja, ácido oleico). Acontece que a maior presença e atividade dessa enzima estão fortemente ligadas à obesidade.

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E onde o azeite entra nessa história? Veja: ele é riquíssimo no tal ácido oleico. Por isso, ao consumi-lo, o organismo entende que não precisa mais produzir nem ativar a SCD-1. “A redução da enzima está relacionada, entre outras coisas, à menor fabricação de gordura e ao aumento de sua utilização”, revela Flávia. Essa combinação contribui para a queima de reservas gordurosas.

“Outra possibilidade que já está sendo investigada é o efeito benéfico do azeite sobre as bactérias intestinais”, adiciona a autora do projeto. Hoje, sabe-se que alguns desses seres microscópicos são capazes de induzir a obesidade. “Acreditamos que o consumo regular desse óleo favoreça a diminuição dessas bactérias e a maior presença dos micro-organismos protetores, capazes de estimular a perda de peso e a manutenção do peso saudável”, ensina Flávia.

Azeite no dia a dia

Você costuma recorrer a ele só na hora de temperar a salada? Pois saiba que há potencial para muito mais. De acordo com Rita, talvez a forma mais interessante de usá-lo seja em substituição à manteiga ou margarina em pães e torradas. “Para quem tem restrições quanto ao sabor ou consistência líquida, basta colocá-lo na geladeira com ervas aromáticas, como alecrim, salsinha e cebolinha”, sugere. Aí, ele ganha uma consistência mais firme, de pastinha.

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Também dá para adicioná-lo a arroz, feijão, patês, pizzas, purês ou em legumes cozidos… “Embora haja certo tipo de preconceito em relação à utilização de azeite em preparações doces, ele pode ser incluído em bebidas quentes ou frias (neste caso, só tem que consumir imediatamente), além de produtos de confeitaria”, afirma Rita. Motivos para esses testes e ousadias é que não faltam.

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