Precisamos de mais pets doadores de sangue
Muita gente não lembra, mas os bichos necessitam de transfusão igual aos humanos
Hemorragias, traumas, infecções graves: diversas situações podem levar um animal a precisar de uma bolsa de sangue.
Mas ela só estará disponível se outros bichos tiverem feito doações. “Muitos procedimentos feitos com animais são semelhantes aos realizados em humanos”, diz Ilka Gonçalves, presidente da Comissão de Bem-Estar Animal do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA).
“Gatos e cachorros possuem diferentes tipos sanguíneos, e uma transfusão errada ou a não ocorrência dela, quando necessária, podem ser fatais. Infelizmente, isso é mais comum do que se imagina”, afirma.
Existem critérios para a doação: o animal precisa viver em ambiente controlado — não pode morar na rua devido ao risco de infecções —, estar com as vacinas em dia e ter até 8 anos de idade. Além disso, só podem doar cães com mais de 25 quilos e gatos com mais de 5.
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Como ocorre a doação de sangue?
Detalhes podem variar, mas geralmente são os passos a seguir
Aptidão
Todo animal saudável que siga os critérios acima pode doar, mas recomenda-se que o bicho seja dócil e calmo, pois o procedimento exige tempo e paciência.
Testagem
Antes de doar, o pet precisa passar por uma bateria de exames para garantir que seu sangue está ok e que ele também está apto a perder um pouco.
Particularidades
Gatos só podem doar 1 a 2 ml por quilo de peso, e um animal de 5 kg só doa até 10 ml. Cães doam cerca de 8 ml/kg, gerando mais bolsas por doador.
Coleta
É através de um acesso no pescoço ou na pata. Cães fazem deitados e sem sedação, mas gatos geralmente têm de ser sedados por causa da posição da coleta.
Retorno
Dá pra voltar para casa direto! Muitos postos oferecem petiscos aos animais após a coleta. E, assim como humanos, bichos podem ser doadores regulares.
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Existe transfusão entre espécies?
Um cão pode doar sangue a um gato? Parece ilógico, mas isso até existe. É a xenotransfusão. O procedimento já foi feito fora do país em emergências, porém não é seguro nem recomendado no dia a dia.
De acordo com Ilka, do CRMV-BA, existem pesquisas com essa solução em ambientes de UTI veterinária, mas, devido aos riscos, ela está longe de ser praxe.