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Aquecimento global aumenta a transmissão de vírus entre diferentes animais

Estima-se que, até 2070, mudanças climáticas elevarão em 4 mil vezes a disseminação de vírus entre espécies. Saiba qual o risco disso para a humanidade

Por Fabiana Schiavon
10 Maio 2022, 18h27

Cientistas americanos e sul-africanos estimaram que aquecimento global elevará, até 2070, em 4 mil vezes a transmissão de vírus entre diferentes espécies de mamíferos. E essa disseminação favorece que esses patógenos cheguem aos seres humanos, o que aumenta o risco de surtos e epidemias. Os dados foram publicados na revista científica Nature.

“Com o aumento da temperatura, muitas espécies devem mudar seu habitat e procurar climas mais adequados. Nessas condições, animais que nunca se encontraram antes começam a conviver, aumentando a probabilidade de troca de vírus entre eles – o que cresce também a probabilidade de alguns desses vírus chegarem a nós”, esclarece a microbiologista Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência.

+ LEIA TAMBÉM: A febre do planeta: como o aquecimento global mexe com a nossa saúde

Para chegar a essa constatação preocupante, os pesquisadores catalogaram informações de 3 139 espécies de mamíferos e suas movimentações diante do aquecimento global e do uso do solo. Os morcegos seriam os principais responsáveis por essa transmissão entre espécies.

“Essa transição ecológica já pode estar ocorrendo, e manter o aquecimento do planeta abaixo de 2 graus até o fim do século não vai reduzir esse espalhamento viral”, escrevem os autores no artigo. Seria necessário, portanto, apertar as medidas contra as mudanças climáticas e adotar outras estratégias, que mencionaremos adiante.

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Ainda segundo o documento, hoje há cerca de 10 mil tipos de vírus com a capacidade de infectar humanos, mas que atualmente estão praticamente restritos a outros mamíferos.

Essa troca de vírus entre espécies é algo que sempre aconteceu, mas em uma velocidade menor. E a cada salto que esses micróbios dão de um bicho para o outro, eles podem sofrer mutações que, eventualmente, facilitariam a infecção em seres humanos.

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Vigilância nas regiões mais afetadas

Além de agir contra o aquecimento global, é preciso alertar as regiões mais suscetíveis a desse espalhamento viral e também incorporar a chamada vigilância genômica, prática de mapear micro-organismos em circulação para tentar prever novas epidemias. Estudos como esse dão pistas melhores de onde seriam essas áreas de risco.

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Essa troca é intensa entre África e o sudoeste da Ásia, por exemplo. “O Sudeste da Ásia é especialmente preocupante pela grande quantidade de espécies de morcegos”, esclarece a bióloga.

Já conhecidos pela transmissão de diversas doenças, como a raiva e o ebola, os morcegos no sudeste da Ásia provavelmente estão envolvidos na passagem do Sars-CoV-2 para os seres humanos.

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Já o Brasil, um país tropical, tem como principal preocupação as doenças transmitidas por mosquitos, a exemplo de dengue, chikungunya, zika e febre amarela. O aquecimento da temperatura já fez os mosquitos expandirem a sua região de atuação e estão chegando ate o Sul do Brasil, que antes quase não tinha registros de dengue.

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