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TDAH também está no DNA

Alterações nos genes e no próprio cérebro associadas a essa condição reforçam que ela não é uma mera desculpa para desatenção e agito

Por Theo Ruprecht
Atualizado em 22 mar 2023, 10h52 - Publicado em 24 jul 2017, 09h03
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A melhor compreensão do DNA e do funcionamento cerebral pode influir no tratamento do TDAH (Ilustração: Augusto Zambonato/SAÚDE é Vital)
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A explosão de vendas do principal remédio contra o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) no Brasil – houve aumento de 775% no seu consumo entre 2003 e 2012, segundo o trabalho confiável mais novo – levanta a hipótese de que muita gente espevitada está sendo rotulada apressadamente.

Mas não dá pra usar esse boom para propagar que o quadro é uma mera invenção da modernidade. “Pesquisas do último Congresso Mundial de TDAH mostram particularidades no cérebro e no DNA de pessoas com a condição”, revela Daniel Segenreich, psiquiatra da Associação Brasileira de Déficit de Atenção. “Acreditamos que o problema vem de fatores ambientais e genéticos”, diz.

Os testes no dia a dia

Se certos exames flagram mudanças nos genes ou nos neurônios em gente com TDAH, por que não firmar um diagnóstico imparcial com eles? “Essas variações, por si sós, não determinam a doença”, nota Segenreich. Ou seja, o teste pode apontar uma anomalia em sujeitos sem qualquer sintoma.

Os dois lados dessa relação

Potenciais

Fim do preconceito: a prova de que a doença tem um componente biológico livra seus portadores do estigma de que são desvairados.

Melhor diagnóstico: no futuro, avaliações específicas talvez ajudem a distinguir o déficit de atenção em casos complexos.

Personalização da prescrição: o genoma e o interior da massa cinzenta certamente reservam indicações sobre quais drogas agem melhor em cada indivíduo.

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Perigo

Desvalorização dos sintomas: não devemos deixar o apelo de exames inovadores colocarem o que o paciente sente em segundo plano.

 

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