O sono dos profissionais de saúde padece
Insônia e cansaço marcam a rotina de quem trabalha na área na pandemia de Covid-19
Não pregar o olho, acordar no meio da noite, apelar para remédios na tentativa de descansar… O sono da turma que atua na linha de frente está abalado nestes tempos de Covid-19, mostra uma pesquisa da Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e da Associação Brasileira do Sono (ABS).
Um dos maiores do gênero no mundo, o levantamento ouviu médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais de todo o país. “Os resultados revelam o grau de estresse a que os colegas estão expostos”, diz o pneumologista Pedro Genta, um dos coordenadores da iniciativa. “É um alerta para que se criem estratégias de apoio a fim de evitar que a saúde e a qualidade de vida desses profissionais sigam ameaçadas mesmo quando a pandemia chegar ao fim.”
Os fatores associados à piora do sono, segundo o levantamento
Ser mulher: elas em geral acumulam as funções de cuidadoras também em casa, o que turbina o risco de noites maldormidas.
Alterações do peso: o estresse constante desencadeia falta ou aumento do apetite, desregulando o metabolismo.
Perto da Covid-19: a sobrecarga de trabalho e o medo de adoecer fazem parte do dia a dia e afetam o equilíbrio emocional.
Redução na renda: muitos profissionais atuam em alas e serviços que foram fechados, aumentando o receio do desemprego.
Síndrome de burnout: o esgotamento mental relacionado ao trabalho é potencializado pelo sofrimento presenciado nos plantões.
Ansiedade: o número de brasileiros ansiosos parece ter saltado na pandemia. A tensão leva à falta de sono — e vice-versa.