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Mais da metade dos paulistas sentem ansiedade com frequência na pandemia

Estudo que avalia os habitantes de São Paulo durante crise do coronavírus mostra altos índices de sentimentos negativos (e de piora em hábitos saudáveis)

Por Karina Toledo, da Agência Fapesp
Atualizado em 10 mar 2021, 16h51 - Publicado em 10 jul 2020, 19h38
anseidade coronavirus
A ansiedade virou um sentimento comum durante a pandemia. (Foto: Tontygammy/Getty Images)
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Mais de metade da população adulta do Estado de São Paulo afirma sentir ansiedade ou nervosismo com frequência desde que a pandemia causada pelo novo coronavírus começou, revela uma pesquisa feita pela internet com 11 863 indivíduos por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Para 39% dos entrevistados, sentir-se triste ou deprimido passou a ser algo rotineiro durante a quarentena e quase 30%, que antes dormiam bem, começaram a enfrentar problemas de sono. Os dados foram coletados entre os dias 24 de abril e 24 de maio por meio de questionário online. Em seguida, foram calibrados com base nos indicadores da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD, 2019) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de modo a apresentar a mesma distribuição por sexo, faixa etária, raça e grau de escolaridade da população paulista.

“Os resultados mostram que os adultos jovens [entre 18 e 29 anos] foram os mais afetados: 54,9% com tristeza frequente e 69,7% com ansiedade frequente. Entre os idosos, esses percentuais foram, respectivamente, 25% e 31%”, conta Marilisa Barros, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do estudo ao lado de Célia Landmann Szwarcwald (Fiocruz) e Deborah Carvalho Malta (UFMG).

Na comparação entre os sexos, as mulheres apresentaram percentuais bem mais elevados do que os homens: 48,4% se sentiram tristes ou deprimidas com frequência e 60,1% ansiosas ou nervosas, enquanto entre os homens os índices foram 28,5% e 40,6%, respectivamente.

Para 26,5% dos participantes, a saúde como um todo piorou após o início da pandemia. Cerca de 40% começaram a sofrer de dores na coluna e 56,6% dos que já tinham um problema crônico nesse sentido (32,7% da mostra) relataram aumento na dor. O percentual de indivíduos considerados fisicamente ativos (mais de 150 minutos de exercícios por semana) caiu de 30,5% para 14,2%. Por outro lado, o hábito de assistir televisão por três horas ou mais aumentou de 21% para 52% e o uso de tablet ou computador por mais de quatro horas diárias passou de 46,2% para 64,3%.

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A pesquisa revela ainda uma piora na dieta dos paulistas. O percentual dos que comem verduras e legumes ao menos cinco dias por semana caiu de 42% para 35,9%, enquanto o consumo de alimentos considerados não saudáveis em dois ou mais dias por semana cresceu. A ingestão de congelados passou de 8,6% para 13%; salgadinhos, de 8,5% para 13,7%; e chocolate, de 46,5% para 52,7%.

De olho nos adolescentes

Com o objetivo de avaliar o impacto da pandemia e da quarentena na população entre 12 e 17 anos, os pesquisadores acabam de lançar a ConVid Adolescentes – Pesquisa de Comportamentos. Assim como a versão anterior, feita com os adultos, o questionário pode ser respondido pela internet e as informações fornecidas serão confidenciais. Interessados em participar podem clicar aqui.

“Os adolescentes precisarão obter a autorização de seus pais no termo de consentimento para poder participar da pesquisa”, explica Barros.

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De acordo com a pesquisadora, o objetivo das duas pesquisas é gerar subsídios para o desenvolvimento de intervenções e políticas públicas que ajudem a minimizar os impactos negativos da pandemia e do isolamento social na saúde da população.

Este conteúdo é da Agência Fapesp.

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