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Setembro amarelo: como falar sobre saúde mental com crianças e adolescentes

As taxas de suicídio entre os mais jovens têm aumentado no país nos últimos anos. Quebrar estigmas é fundamental para salvar vidas

Por Lucas Rocha Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 set 2025, 15h44 - Publicado em 1 set 2025, 15h41
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Adaptação da linguagem é fundamental para conversar sobre saúde mental com crianças (Freepik/Divulgação)
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Entre 2016 e 2021, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade por suicídio de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.

Se falar sobre saúde mental entre adultos já é complexo, abordar o tema com crianças e adolescentes pode parecer ainda mais desafiador. Mas, com boa vontade e a técnica certa — recomendada por especialistas da área não precisa ser tão complicado assim.

Apesar dos diversos avanços alcançados nas últimas décadas, as questões relacionadas aos transtornos da mente ainda são envoltas pelo estigma e preconceito.

O primeiro passo para driblar esse problema é promover um espaço seguro, para que pequenos e jovens possam expressar seus sentimentos sem medo de julgamento, como explica o médico psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“Ter um ambiente acolhedor, com privacidade, confidencialidade, respeito e uma escuta empática, é fundamental para que eles consigam se abrir um pouco mais e possam entender um pouco melhor sobre a saúde mental no geral”, pontua o psiquiatra.

A seguir, saiba como falar sobre saúde mental com crianças e adolescentes. As orientações foram retiradas de cartilha produzida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

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Técnicas práticas

Antes de entrar no contexto saúde versus doença, é importante pontuar que a abordagem do bem-estar mental nessa fase da vida também significa tratar também da compreensão e gerenciamento das próprias emoções.

Considerando que crianças e adolescentes são indivíduos em formação, será necessário levar em conta nesse papo a necessidade de adaptação, segundo a faixa etária, de fatores como nível de desenvolvimento, aprendizado e linguagem, por exemplo.

Adapte sua linguagem à idade, evite termos técnicos e explique conceitos de forma que a criança possa entender, como detalha o psiquiatra a seguir.

“Crianças menores tem mais dificuldade em compreender o que são emoções e quais tipos existem. Facilita bastante trazer exemplos de filmes ou séries, como Divertida Mente, por exemplo, que ganhou uma proporção muito grande ao mostrar como funciona, na cabeça da criança, o momento em que determinados sentimentos tomam o controle”, resume Okuda.

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+ Leia também: Por que aproximar as gerações pode ser algo benéfico para a sociedade?

Além disso, o especialista defende que é fundamental contextualizar que sentimentos como tristeza, raiva e alegria são normais e que todos vivenciam momentos difíceis.

Nesse contexto, vale oferecer ferramentas práticas para lidar com emoções, como respiração profunda, contagem até dez ou falar com um adulto de confiança.

Vale pontuar que nem sempre a fala é suficiente. Para compreender mais profundamente como pensam, é útil incentivar a expressão emocional através de desenhos, pinturas, escrita ou brincadeiras.

A forma como os adultos de uma família lidam com as próprias emoções é observada pelos mais novos. Ou seja, não basta falar sobre lidar com os sentimentos de maneira saudável, mas também demonstrar isso com ações.

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Na adolescência

O psicólogo Maycon Torres, vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca que os desafios são diferentes na adolescência.

“Eles estão em um processo de questionamento da autoridade de pais e professores, o que acaba criando uma dificuldade a mais no manejo. É preciso levar em consideração que o adolescente pode se sentir invadido ou perseguido quando um adulto se interessa demais por suas questões de saúde mental”, explica.

Torres pontua ainda que adolescentes costumam utilizar grupos para reafirmar questões de pertencimento. “Para isso, poderá ignorar aspectos da própria personalidade e das emoções, querer espelhar sofrimento ou passar pelas mesmas experiências que os indivíduos ali passaram. Isso pode o colocar em situações e comportamentos de risco”, alerta.

Nesse sentido, pode ser preciso avaliar o comportamento do grupo para formular estratégias específicas para a abordagem da saúde mental. E a tecnologia pode representar mais um desafio neste processo, seja pelas redes sociais, seja pelas plataformas de inteligência artificial generativa.

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Em abril, o adolescente Adam Raine, de 16 anos, da Califórnia, nos Estados Unidos, tirou a própria vida após meses de conversa sobre o assunto com o ChatGPT.

A defesa da família alega que houve “incentivo” da plataforma”. Enquanto a OpenAI, criadora do chatbot, admitiu que seus sistemas podem apresentar falhas e que será feita a implementação de alterações e melhorias.

Atenção

Diante de problemas persistentes ou graves, busque ajuda especializada de um médico psiquiatra ou psicólogo. Se você estiver em situação de dificuldade, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece ajuda durante 24 horas. O contato pode ser feito pelo telefone 188, ligação gratuita, ou via chat pelo site.

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