Estar em alguma situação de perigo (ou de estresse) faz o corpo disparar uma reação conhecida como “luta ou fuga”. Nela, ocorre uma maior liberação de hormônios, como a adrenalina e o cortisol, que têm o efeito de subir a pressão arterial – e aqui mora o perigo em pessoas com hipertensão.
O objetivo do estresse é entregar mais sangue aos músculos e, assim, permitir uma resposta rápida à ameaça: partir para a porrada ou correr para um abrigo. Esse mecanismo foi primordial para a sobrevivência da nossa espécie na época das cavernas, quando havia inúmeros riscos na natureza.
“O problema é que hoje nosso organismo reage a uma briga de família ou a uma bronca do chefe de maneira similar a que se preparava para enfrentar um tigre-dentes-de-sabre”, compara a psicóloga Marilda Novaes Lipp, do Instituto de Psicologia e Controle do Stress, em São Paulo.
Trabalhar, cuidar da casa, pegar filhos na escola e enfrentar um belo trânsito no caminho: é fácil, fácil a tensão virar rotina. Hoje, 69% dos trabalhadores brasileiros se dizem estressados.
Aí sobra para as artérias e para o peito. “O indivíduo estressado continuamente permanecerá com a pressão num patamar mais elevado”, raciocina o fisiologista Antonio Claudio Nobrega, da Universidade Federal Fluminense. Portanto, qualquer atitude que vá contra esse nervosismo indiretamente afasta infarto, AVC e outras doenças cardiovasculares.
Abaixo, a professora Marilda aponta quatro maneiras de ficar longe do esgotamento físico e emocional.
Relaxe (do jeito que preferir)
Reserve um tempo do seu dia e faça algo que o deixe verdadeiramente feliz e calmo. Vale assistir a uma série de TV, ouvir música, dedicar-se a um livro…
Veja sempre o copo meio cheio
Tente analisar sua conjuntura com uma visão otimista, destacando os aspectos positivos, sem deixar de pesar e avaliar todos os pontos negativos.
Os efeitos no futuro
Questione-se: como esse fato vai afetar minha vida em um ano? Se for irrelevante, não há por que se preocupar. Essa pergunta permite libertar a mente de neuras desnecessárias.
A hora da ajuda profissional
Se mesmo assim o estresse teima prejudicar seu bem-estar, é bom consultar um psicólogo. A terapia fornece ferramentas para alterar alguns comportamentos.